ABDI busca construir parcerias com China e Emirados Árabes

ABDI busca construir parcerias com China e Emirados Árabes

Diretora e especialistas da Agência visitam embaixadores dos dois países para tratar de economia circular e acesso à energia elétrica

As atividades da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) de fomento a parcerias internacionais cumpriram duas novas etapas nessa segunda-feira (06/11), por ocasião das visitas da diretora Perpétua Almeida às embaixadas da China e dos Emirados Árabes Unidos. Ao lado de especialistas da ABDI que participarão da COP 28, em Dubai, a diretora conversou sobre economia circular com o embaixador dos EAU, Saleh Alsuwaidi. Depois, tratou de energia elétrica sustentável e a baixo custo com o embaixador chinês, Zhu Qingqiao.

O projeto “Recircula Brasil” foi o destaque do encontro com Alsuwaidi. A iniciativa – que será apresentada na COP 28 pela ABDI, no painel “Indústria e Gestão de Resíduos”, coordenado pela Agência e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) –, permite o rastreio e o registro de plásticos recicláveis e incentiva a economia circular. “Esse projeto é citado pela ONU como única plataforma de rastreamento de resíduo plástico que se tem notícia no mundo. Queremos construir parcerias a partir da COP 28, inclusive para a COP 30, que ocorrerá no Brasil”, disse a diretora.

A analista da ABDI responsável pela concepção do projeto, Talita Daher, reforçou que “a plataforma rastreia processo, dá mais segurança jurídica e compliance, evitando, ainda, bitributação de produto. Em breve implementaremos o projeto e queremos torná-lo um programa de governo”.

O embaixador árabe demonstrou interesse em construir parcerias com a Agência na área da circularidade e se colocou à disposição para parcerias também nas áreas de energias renováveis, que têm forte atuação da ABDI. “Estou muito feliz com essas possíveis parcerias. As COP 28 e 30 vão abrir novos horizontes para cooperação mútua em várias áreas entre nossos países e as portas para investimentos no Brasil são sem limites. A parceria com o Brasil tem uma missão muito grande, principalmente nos campos econômico, comercial e de investimentos”, disse Alsuwaidi.

Painéis solares

O encontro com o representante dos EAU foi seguido por uma visita à Embaixada da China, onde Perpétua e integrantes da ABDI conversaram com o embaixador Zhu Qingqiao sobre o projeto “Mais Energia Mais Brasil – Usinas Sociais de Geração de Energia Solar“, desenvolvido pela Agência com foco na universalização do acesso à energia elétrica.

A diretora e sua equipe apresentaram os principais objetivos do projeto, que, além do acesso à energia, prevê a redução de custos, descarbonização com reforço a transição energética e fortalecimento da indústria nacional. “O planeta vive um novo momento. Considerando as populações mais isoladas, pensamos nesse projeto para que possamos chegar com energia onde não tem e nas instituições públicas, onde reduziríamos os custos”, explicou Perpétua. “Queremos ir mais longe, queremos construir uma parceria industrial em que seja possível a transferência de tecnologia para que o Brasil possa desenvolver e dominar essa cadeia de produção fotovoltaica”, acrescentou.

O gerente de Economia e Indústria Verde da ABDI, Marcelo Gavião, destacou que o projeto combate a pobreza energética e fortalece a cadeia produtiva das energias renováveis. “Nós queremos uma parceria para que tenhamos a capacidade de produzir células fotovoltaicas no Brasil. Aqui temos silício em abundância, quartzo, temos muita matéria prima para ser explorada. Isso fortalece a indústria, gera emprego e renda”, disse, ao ressaltar a inexistência de indústrias de produção de células fotovoltaicas na América Latina.

Qingqiao mostrou interesse na parceria e convidou a ABDI para participar da 1ª edição da China International Supply Chain Expo, entre 28 de novembro e 2 de dezembro, em Beijing. “Também podemos marcar uma apresentação com a Associação Brasileira das Empresas Chinesas para que a diretoria possa apresentar essa e outras propostas para as empresas. Acredito que as empresas terão interesse porque estão vendo novas políticas de desenvolvimento industrial do governo brasileiro. A feira será uma oportunidade para se conhecer empresas nessa área de energias renováveis. Podemos chegar a um consenso e ampliar ainda mais nossas cooperações”.

Além do ‘Mais Energia Mais Brasil’, a equipe da ABDI apresentou a Qingqiao iniciativas voltadas à economia sustentável, como o Recircula Brasil e Indicações Geográficas (IGs) do café brasileiro.

Bioeconomia

O desenvolvimento de ações conjuntas que estimulam a bioeconomia, a sustentabilidade e a eficiência energética também foram pauta do encontro da diretora da Agência com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. As duas conversaram na tarde de terça-feira (7/11), na sede do MCTI.