O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, integrou na tarde desta quarta-feira (27/11), em Brasília, a mesa de debate sobre o programa Brasil Mais Produtivo promovida pelo Encontro Nacional da Indústria (ENAI) 2024, maior evento de mobilização da indústria, sindicatos e federações do setor no país. Além de discussões sob o tema “Neoindustrialização e Redução do Custo Brasil: uma nova indústria para um futuro sustentável”, a 14ª edição do evento também sediou o lançamento, pelo Governo Federal, do Observatório do Custo Brasil.
Cappelli participou da mesa-redonda “Produtividade e inovação: resultados do Brasil + Produtivo”, moderada pelo secretário de Desenvolvimento Industrial e Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira Lima.
O presidente da ABDI fez um breve relato dos avanços do programa ao lado de lideranças como o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pancera, e do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Gustavo Leal.
“O que a gente já tem detectado nas empresas atendidas é uma evolução de mais de 40% no que diz respeito ao aumento de produtividade, de competitividade dessas empresas e redução em mais de 28% de custos intermediários, como consumo de energia, quer dizer, tudo ligado à eficiência energética”, disse.
“O desafio do Brasil Mais Produtivo é esse: aumentar a competitividade, aumentar a produtividade, auxiliar a transformação digital dessas empresas que, sem ter o apoio do Estado, por meio dessa rede poderosa que está nessa mesa, dificilmente conseguiriam dar o saldo que estão dando”, acrescentou, referindo-se aos demais parceiros do programa que integravam o debate – o diretor-presidente da Embrapii, Alvaro Prata; o chefe de Estratégia Industrial e Inovação do BNDES, Maurício Neves; e o o diretor técnico do Sebrae, Bruno de Lima.
“Então, a ABDI participa desse esforço, aporta recursos, participa do esforço do programa e também auxilia todo o esforço de comunicação, porque o desafio é grande”, completou, ao dimensionar a meta da iniciativa, capitaneada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de 200 mil empresas atendidas até 2026.
Inovação e tecnologia
Mais cedo, pela manhã, o ENAI 2024 contou com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na cerimônia de abertura do encontro.
Em incentivo às lideranças empresariais presentes, Lula destacou que o Brasil precisa colocar inovação e tecnologia nos produtos nacionais na busca por mais competitividade. “Nós chegamos a 85% da nossa capacidade produtiva. Há quanto tempo a gente não chegava a isso?”, indagou o presidente.
“É esse país que tem que dar certo, porque, para mim, política econômica não é concentração de riqueza, é distribuição de oportunidades para 210 milhões de habitantes.”
Observatório do Custo Brasil
O Governo Federal aproveitou a realização do encontro para lançar, em parceria com o Movimento Brasil Competitivo, o Observatório do Custo Brasil, ferramenta inédita de acompanhamento que reúne dados, estratégias e avanços para enfrentar os entraves à competitividade nacional.
Desenvolvido por meio de cooperação técnica entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Observatório priorizará inicialmente seis iniciativas estratégicas de diminuição do Custo Brasil: ampliação e diversificação da matriz logística; acesso ao crédito empresarial; expansão da banda larga; simplificação tributária; abertura do mercado de gás natural; e acesso à energia elétrica competitiva.
A ferramenta tem por objetivo dar maior transparência ao avanço das políticas públicas focadas na redução de despesas sobre produção e facilitar a tomada de decisões para acelerar a competitividade do país. O Observatório do Custo Brasil pode ser acessado no site custobrasil.org.br.