ABDI debate transformação digital e indústria 4.0 no XIV Encontro de Economistas do Centro-Oeste

ABDI debate transformação digital e indústria 4.0 no XIV Encontro de Economistas do Centro-Oeste

Isabela Gaya, gerente da Agência, destacou os desafios e as oportunidades da revolução digital no setor produtivo

Nesta quarta-feira,18, a gerente de Difusão de Tecnologias da ABDI, Isabela Gaya, participou do XIV Encontro de Economistas do Centro-Oeste, realizado em Brasília. No painel “A Era da Indústria 4.0: Transformação Digital e seus Impactos Econômicos”, Gaya e outros especialistas discutiram como a adoção de novas tecnologias está transformando o setor produtivo e abordaram o impacto dessas mudanças no setor.

A gerente destacou o avanço das tecnologias digitais e a transição para a quarta revolução industrial, conhecida como Indústria 4.0. Ela ressaltou como o conceito, nascido na Alemanha, tem se espalhado pelo mundo, e enfatizou que o Brasil tem feito avanços na adoção dessas tecnologias, especialmente nas grandes indústrias.

“No Brasil, assim como em outros países, as tecnologias 4.0 têm uma ampla gama de aplicações. Na indústria de transformação, por exemplo, utilizamos os chamados gêmeos digitais para coletar todos os dados de produção e, com isso, gerenciar a produção, a manutenção e a eficiência energética da indústria. Esses dados são transferidos para um ambiente digital, permitindo uma gestão mais eficaz e automatizada”, explicou.

Desafios

Embora as tecnologias 4.0 estejam avançando no Brasil, ainda há grandes desafios em sua adoção. Segundo Isabela, os altos custos de investimento e a necessidade de mão de obra qualificada são exemplos de obstáculos que precisam ser contornados, o que torna o processo mais complexo, especialmente para pequenas e médias empresas.

Ela destacou dados da Pintec, pesquisa do IBGE em colaboração com a ABDI, que mostram que 85% das médias e grandes empresas no Brasil já adotaram alguma tecnologia digital, como nuvem (70%), IoT (50%), inteligência artificial (16 %) e robótica (20%). No entanto, apenas 16% das pequenas e médias empresas estão digitalizadas, revelando um abismo de inovação. A política industrial brasileira, no entanto, vem participando com recursos para apoiar empresas interessadas na implementação dessas novas tecnologias, o que aponta para um futuro mais promissor, mas ainda cheio de desafios.

Por fim, Gaya ressaltou que apesar do crescimento positivo do PIB industrial, o Brasil enfrenta desafios macroeconômicos que impactam diretamente a expansão da indústria, como os altos juros e as baixas taxas de investimentos. Além disso, a regulação de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, é um ponto de atenção.

“A ABDI também está implementando instrumentos para discutir essas questões, entendendo que a tecnologia é um meio essencial para contribuir para a eficiência e competitividade na indústria”, finalizou.

O painel também contou com a participação de Graciomário de Queiroz, diretor de inovação e desenvolvimento tecnológico da Fibra, Pedro Garrido da Costa Lima, consultor legislativo da Câmara dos Deputados, Valquíria Aparecida Assis, presidente do Corecon-MG, e Dione Cerqueira da Silva, coordenador da comissão de desenvolvimento regional do Corecon-DF.