Uso da metodologia BIM na análise e no licenciamento de empreendimentos. Esse foi o tema do painel do qual o analista de Inovação e Produtividade da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) Leonardo Santana participou durante o Construa Brasil – Encontro com Gestores Públicos: Simplificação e Desburocratização de Licenciamento Urbanístico, realizado nesta quarta-feira, 12, no Ministério do Planejamento e Orçamento, em Brasília.
O objetivo do evento é sensibilizar e indicar caminhos para reduzir o excesso de burocracia e promover a simplificação do processo de licenciamento, com divulgação e casos reais e dos EADs disponíveis no projeto.
A iniciativa é parte do Projeto Construa Brasil, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em termo de colaboração técnica com a Rede Catarinense de Inovação (Recepeti).
Um dos cases de sucesso apresentados durante o painel foi o da Prefeitura de Salvador, que implementou a metodologia BIM (Building Information Modelling) para os processos de licenciamento e fiscalização de atividades de construção do município, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR).
Segundo a diretora de Desenvolvimento Urbano de Salvador, Neilia Fernandes, antes do BIM, todo o processo de licenciamento era manual, burocrático, moroso e oneroso. Depois da implantação da metodologia, o processo ficou simples, preciso, ágil e acessível. Entre os principais benefícios, estão o aumento da receita, operações sem papel, desburocratização, transparência e o cumprimento da legislação.
“Uma licença demorava de 180 dias até um ano. Hoje, conseguimos reduzir significativamente esse prazo para até 40 dias”, contou.
Em sua participação, Leonardo destacou a atuação da ABDI para promover a metodologia BIM visando a transformação digital, a desburocratização e a modernização do setor de construção brasileiro.
O analista citou pesquisas que mostram, por exemplo, o grau de conhecimento de digitalização do setor. Ele comentou a Pesquisa BIM Fórum Brasil 2022, que analisou a digitalização na Arquitetura e no Urbanismo.
“A pesquisa teve a participação de mais de 10 mil arquitetos e engenheiros. Chamou atenção da Agência que cerca de 3% de arquitetos e 12% de engenheiros nunca tinham ouvido falar sobre BIM antes do levantamento”.
Leonardo também citou outra pesquisa sobre o grau de conhecimento dos municípios brasileiros relacionado a BIM, reforçando a importância da disseminação da metodologia para o avanço da modernização do setor.
“Apesar de 70% dos respondentes dizerem que têm conhecimento do uso preferencial de BIM pela nova Lei de Licitações, muitos ainda não conhecem as políticas públicas federais em prol da disseminação do BIM”, comentou. “Com esses dados, poderemos embasar nossas ações, políticas públicas, direcionar iniciativas para ajudar a diminuir esse gargalo”, explicou o analista.
Foto: Thaís Holanda