A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) farão estudo para mapear a cadeia de reciclagem e circularidade do setor têxtil brasileiro. O objetivo é oferecer ações de logística reversa e fomentar a economia circular do segmento.
O tema foi discutido em reunião, na sede da ABDI, com a presença do presidente da instituição, Ricardo Cappelli, da diretora de Economia Sustentável e Industrialização da Agência, Perpétua Almeida, e dos representantes da Abit.
Na ocasião, o diretor superintendente, Fernando Pimentel, e a coordenadora de Sustentabilidade e Inovação, Camila Zelezoglo, da Abit, apresentaram o perfil da indústria têxtil brasileira. O setor é responsável pela confecção de roupas, de vestuário hospitalar, de peças para o segmento automotivo, entre outros.
“O setor teve R$ 193,2 bi em faturamento em 2023, ocupa o 5º lugar em produtividade no ranking mundial e é o segundo maior setor gerador de empregos formais e informais do país: nos últimos três meses foram criadas cerca de 14 mil novas oportunidades de trabalho”, destaca Camila.
O diretor da Abit afirma que não há dados consistentes sobre o descarte após o uso de vestuário e, por isso, o setor tem o desafio de mostrar a realidade e oferecer proposições. “Temos potencial enorme, mas ainda não estamos entre os maiores players do mundo”, enfatiza Pimentel.
Os países-membros da União Europeia são um exemplo dos que estão na vanguarda de ações de sustentabilidade para a cadeia de produção têxtil. Até 2030, a comunidade estabeleceu como meta comercializar produtos com fibra recicladas, livres de substâncias perigosas e produzidos no respeito dos direitos sociais e do ambiente.
Segundo dados apresentados pela Abit, o Brasil já possui iniciativas como: cadeia integrada desde a matéria-prima; empresas recicladoras; varejistas com metas que indicam crescente demanda por materiais reciclados; costureiras autônomas; mercado de segunda mão [brechós]. “O que precisamos é de um mapeamento da geração de resíduos pré e pós-consumo, benchmarking de regulamentação, capacidade instalada de processamento [de reciclagem e circularidade]”, conclui a coordenadora de Sustentabilidade e Inovação da Abit.
“A ABDI já atua no fomento às ações de sustentabilidade na indústria brasileira: estamos trabalhando em parceria com o MDIC, para testar o modelo de circularidade no setor automotivo; temos outro projeto em parceria com a Abiplast, também de economia circular, para reciclagem dos resíduos sólidos despejados nas águas brasileiras”, destaca o presidente da ABDI.
“A parceria com a Abit vai enriquecer a expertise da Agência em ações de sustentabilidade e contribui para tornar o país mais competitivo em relação ao cenário internacional”, afirma Cappelli.
Rogério Dias de Araújo e Talita Daher, respectivamente gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG e analista de Produtividade e Inovação da ABDI, participaram da reunião. Da equipe da Abit também estiveram presentes a analista de Sustentabilidade e Inovação, Luiza de Figueiredo, e a assessora de Relações Governamentais, Mayara Kellen.