ABDI e ABRAS firmam parceria para inovação no varejo

ABDI e ABRAS firmam parceria para inovação no varejo

O Laboratório de Varejo (ProVA) da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) assinou, no dia 28 de março, um termo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) com o objetivo de implantar e estimular o uso de novas tecnologias pelos lojistas do País. O evento contou também com a participação de representantes do setor e deputados que apoiam projetos ligados ao tema.  

Para o presidente da ABRAS, João Sanvozco, o suporte da ABDI é de extrema importância quando se fala em inovação para o Brasil. “Nosso objetivo é nos aproximar da Agência e fechar uma parceria para poder enfrentar os desafios do setor, que são muitos”, ressaltou. 

O uso de novas tecnologias é essencial para o desenvolvimento da economia e, segundo o presidente da ABDI, Guto Ferreira, é um dos pilares para o progresso do estado brasileiro. Ele ressaltou que o papel da Agência, subordinada ao Ministério da Economia, é atender às demandas ligadas ao setor produtivo, como a indústria 4.0, por exemplo. Lembrou, ainda, dos novos desafios da Agência e as expectativas futuras. “Vamos criar parâmetros que possam medir a digitalização da economia. Até final de setembro deste ano, apresentaremos indicadores baseados em benchmarking que estamos fazendo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), com o governo americano, alemão”, afirmou. 

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Na ocasião, mais um acordo foi firmado. O ProVA, também em parceria com a ABRAS, vai desenvolver “Soluções tecnológicas de apoio à jornada de compra para deficientes visuais”. O foco é reunir o ecossistema das startups nacionais para identificar e criar inovações que auxiliem o momento de compra desse público-alvo. Durante o período de amadurecimento das ideias, consultores do ProVA e CEOs de grandes redes de supermercados estarão disponíveis para mentorias individuais aos empreendedores.

Segundo Sanvozco, existe hoje um Projeto de Lei, que está no Senado Federal, que tornará obrigatório fixar os preços nos produtos também em braile. “Vocês já podem imaginar a dificuldade técnica e o custo caso isso seja aprovado, né?”, ponderou o presidente da ABRAS. Ele constatou, após longas pesquisas, que apenas 10% dos deficientes visuais têm conhecimento da linguagem em braile. “O projeto não vai atingir os seus objetivos. Por isso nós estamos em parceria com a ABDI, para tentar achar uma solução tecnológica para solucionar esse problema. Tem muitas ideias boas no mundo e acredito que a nossa também vai ser”, finalizou. 

O cientista social, Manoel Negraes, deficiente visual, acredita que o projeto vai ajudar a enfrentar as dificuldades enfrentadas no meio. “Eu acho que a tecnologia está aí como uma grande aliada. Buscar essas alternativas é interessante para atingirmos a nossa autonomia”, afirmou. Para o curitibano, o desafio é maior quando não está acompanhado, em que depende de um vendedor desde a escolha do produto até o pagamento, por exemplo. “É uma área de grande potencial. Nós estamos aí com inúmeros exemplos da tecnologia a favor disso, derrubar essas barreiras”, completou. 

Ao final do processo, as startups finalistas vão submeter os projetos à uma banca de jurados e, em especial, a deficientes visuais, futuros usuários de um novo sistema de compra. As melhores soluções serão apresentadas ao maior ecossistema de supermercados do Brasil, que hoje conta com mais de 80 mil lojistas. 

Vale ressaltar que esse projeto vai demostrar não só a importância do uso de novas tecnologias, mas como ele trará acessibilidade e como isso pode gerar valor de mercado. “Esse é um projeto que traz um gosto especial para todos nós, pois vai aumentar a experiência do usuário com deficiência visual. É um grande desafio que nós temos”, pontou Guto Ferreira, presidente da ABDI.