O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB), Veruska Machado, assinaram nesta quinta-feira, 21/11, no campus do instituto em Planaltina, um convênio para a estruturação de um Laboratório Agro 4.0 na unidade. O complexo será o primeiro centro de agricultura de precisão e tecnologia inovadora do DF.
Elaborado de forma tripartite, com a inclusão da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) como instituição de apoio, o convênio formaliza o repasse de R$ 3,5 milhões pela ABDI ao IFB para a aquisição, pelo Instituto, dos equipamentos que vão compor o laboratório.
“A gente acredita muito que, quando a gente faz essas parcerias com instituições sólidas do Estado brasileiro, com os institutos federais, com as universidades federais, esse é um legado que fica”, celebrou Cappelli.
“Aqui, a gente sabe que está aplicando o dinheiro bem, que esse dinheiro vai virar equipamentos, vai virar desenvolvimento, vai virar conhecimento, e que isso vai ser apropriado por vocês, pelos professores, pelos alunos e pela agricultura do Instituto Federal. Então, isso é legado”.
O presidente da ABDI também destacou a importância do laboratório 4.0 para avanços em pesquisas e inovação em favor do desenvolvimento regional. Avanços que, além de maior produtividade, adicionam valor à produção. “Esse é o nosso desafio: agregar valor, fazer com que essa potência que é a agricultura brasileira consiga fortalecer a agroindústria, agregando valor, quer dizer, não sendo o Brasil apenas um exportador de commodities, mas exportando produtos de maior valor agregado na agricultura”.
“O agro é indústria, o agro é inovação e por isso a gente está muito contente de estar aqui, muito convencido de que esse é o único caminho”, completou Cappelli.
Sustentabilidade
Segundo a reitora do IFB, Veruska Machado, o convênio também tem a expectativa de gerar impactos positivos fora do campus. Além da disseminação do agro 4.0 entre produtores rurais da região, a mensagem a ser encaminhada é “sustentabilidade”.
“A gente acredita que esse projeto vai ter uma potência muito grande nos territórios que circundam aqui onde o campus está localizado”, disse. “E este campus é o lugar ideal para promover essa relação de sustentabilidade e desenvolvimento da agroindústria”.
A relação mencionada por Veruska favorece, igualmente, o combate à fome.” É nessa perspectiva que a gente também acredita que esse projeto pode ser um grande deflagrador para as discussões que a gente tem feito sobre a insegurança alimentar”, completou, antes de destacar ação nesse sentido lançada por estudantes do Instituto que poderá, em um dado momento, dialogar com ações do laboratório.
Geoprocessamento e georreferenciamento
Entre os avanços da nova estrutura do IFB, prevê-se a capacidade de o Instituto promover análises de terra e de plantas; geoprocessamento e georreferenciamento do solo; fitopatologia (analise de amostras de plantas doentes para determinar os seus agentes causais); prototipagem destinada à inovação e à automação em sistemas de produção agrícola; e o acesso a máquinas e implementos agrícolas para Agricultura 4.0.
Responsável pelo Programa Agro 4.0, iniciativa da ABDI e parceiros para estimular e fomentar o uso de tecnologias 4.0 no agronegócio, a gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias da Agência, Isabela Gaya, lembra que, além de contribuir com a inserção de conteúdo e o uso de ferramentas da Agricultura 4.0 em disciplinas de cursos regulares, o convênio também tem por meta alcançar os trabalhadores rurais.
“O objetivo desse projeto é estruturar equipamentos e máquinas que possibilitem não só cursos regulares, mas, especialmente, cursos profissionalizantes que fomentem a difusão das tecnologias e das informações necessárias para ajudar o produtor rural da região a entender de que forma a tecnologia pode ajudá-lo a ter maior eficiência, maior produtividade e maior sustentabilidade no campo”, explicou.
“Então, várias tecnologias estão sendo desenvolvidas e vão ser trabalhadas aqui para permitir que esses produtores as conheçam e possam aplicá-las no seu dia a dia”, explicou Isabela. A expectativa, segundo ela, é que os eventos, os desafios, as entregas e as capacitações oferecidas auxiliem na disseminação de inovação no campo.