ABDI e MinC firmam acordo para mapear indústria do audiovisual no Brasil

ABDI e MinC firmam acordo para mapear indústria do audiovisual no Brasil

Objetivo é fortalecer o setor, promover políticas públicas eficazes e impulsionar o crescimento das atividades econômicas relacionadas

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria do Audiovisual (SAV), celebraram nesta segunda-feira, 28/10, em São Paulo (SP), um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para mapear a indústria e a economia do audiovisual no país. O objetivo é fortalecer o setor, promover políticas públicas eficazes e impulsionar o crescimento das indústrias e atividades econômicas relacionadas.

O acordo foi assinado durante a abertura do “Seminário Economia Audiovisual e Interseccionalidades”, que ocorre entre 28 e 30/10 no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, e da secretaria de Audiovisual, Joelma Gonzaga, entre outras autoridades.

A iniciativa busca desenvolver estudos e ferramentas de análise sobre o setor no Brasil, incluindo análises das políticas públicas e dados sobre produção, consumo, exportações e tendências globais, reunindo também dados sobre a participação do audiovisual no PIB, geração de empregos e desenvolvimento tecnológico do setor.

O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, defendeu que o mapeamento é uma importante iniciativa para fortalecer o setor do audiovisual na indústria nacional.

“Esse estudo vai apontar o tamanho dessa indústria, onde ela está, o que é produzido no Brasil, o que vem de fora, qual é a participação dessa indústria no PIB, quantos empregos são gerados, qual a comparação com outros países”.

E acrescentou: “Esse não é um estudo da ABDI, é um estudo que está sendo construído a muitas mãos. É um esforço do Estado brasileiro para ter um documento de referência para que a gente possa fortalecer e discutir a importância do setor audiovisual na indústria nacional”.

Parafraseando o ministro Alckmin, Cappelli defendeu que a Nova Indústria Brasil (NIB) é “inovadora, sustentável e limpa”. “A chaminé da nova indústria é a economia criativa, como a do audiovisual, que tem o desafio de fazer o PIB crescer para gerar empregos”, vislumbrou.

A ministra da Cultura destacou o potencial da indústria do audiovisual. “Nós temos a obrigação de implementar políticas estratégicas e estruturantes para extraírmos o melhor dessa mina de oportunidades, que precisa consolidar seu lugar enquanto indústria criativa, perpassada pelas dimensões econômica, cidadã e democrática”, completou Margareth Menezes.

A importância do setor para a economia nacional foi reafirmada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que destacou a disposição do Governo Federal de prorrogar a Lei do Audiovisual. “O Brasil é um dos maiores consumidores de streaming do mundo e precisamos trazer para cá ainda mais investimento, fortalecer, ter uma boa regulação para o audiovisual, setor estratégico da economia criativa, grande propulsora do PIB e geradora de emprego e de renda”.

Estudo do audiovisual

O mapeamento vai identificar as principais tendências, oportunidades e desafios do audiovisual no contexto nacional e internacional, com ênfase nos impactos econômicos diretos e indiretos. Os dados coletados serão integrados ao Observatório da Indústria, que está sendo elaborado pela ABDI, permitindo o monitoramento e a visualização de informações atualizadas e relevantes para o setor e para a sociedade.

A parceria busca, ainda, facilitar a articulação entre os setores público e privado de forma a impulsionar o setor audiovisual, que, além de ser um componente cultural essencial, representa uma atividade econômica importante, contribuindo para o PIB nacional, com impactos diretos na geração de empregos e no desenvolvimento de novas tecnologias.

Dados pré-pandemia

De acordo com dados apresentados pela secretaria nacional de Audiovisual, Joelma Gonzaga, estudos pré-pandemia sobre o impacto do audiovisual no PIB indicam que “o setor impacta diretamente em mais de R$ 24,5 bilhões. Considerando os impactos indiretos, esse valor sobe para R$ 55,8 bilhões, respondendo direta e indiretamente pela declaração de R$ 7,7 bilhões e por mais de 650 mil empregos”, disse. “É um impacto muito grande na economia, isso é inegável, e é por isso a gente está aqui debatendo a indústria”, disse.

O seminário

Com o objetivo de traçar um panorama sobre o atual cenário da indústria cinematográfica brasileira, o Seminário Economia Audiovisual e Interseccionalidades discutirá até esta quarta-feira, 30/10, questões fundamentais para o fortalecimento do setor, abordando a inclusão de mulheres, negros, indígenas, pessoas LGBTQIAPN+ e outros grupos historicamente sub-representados.

Durante as mesas de debates e grupos de trabalho serão estabelecidas bases para estratégia interministerial, articulação com outros órgãos governamentais e representações da sociedade civil.

A oportunidade para especialistas e representantes do setor discutirem os desafios e oportunidades na área do audiovisual faz parte do processo de elaboração do Plano de Diretrizes e Metas (PDM) do Audiovisual Brasileiro (2025-2034), instrumento estratégico de definição dos rumos da política de industrialização do setor audiovisual para os próximos dez anos.