ABDI mobiliza Governo e Indústria para qualificar formação profissional

ABDI mobiliza Governo e Indústria para qualificar formação profissional

Trabalho conjunto da ABDI e do MEC conta com a participação do setor produtivo como meio de responder às intensas transformações da economia

Das 15 profissões listadas como mais promissoras para 2020, 13 são da área de tecnologia. O ranking foi apresentado recentemente pela rede social LinkedIn e reforça a tendência de que as profissões do futuro estão cada vez mais relacionadas às áreas da inovação.

Diante desse cenário, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), deverá contribuir para adequar a formação profissional dos brasileiros às mudanças do mercado de trabalho. Até o fim do mês de janeiro, a Agência apresenta para o MEC resultado consolidado das sugestões feitas por entidades do setor produtivo de cursos de capacitação necessários às necessidades do mercado.

O levantamento em questão é resultado de uma reunião promovida pela ABDI e MEC, ainda em dezembro de 2019, que contou com o Ministério da Economia e vários segmentos do setor produtivo com o objetivo de aproximar MEC e indústria para a tarefa de atualização do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT).

De acordo com Adryelle Pedrosa, Analista de Produtividade e Inovação da Coordenação de Economia Digital da ABDI, não são raros os casos em que empresas enfrentam dificuldade para encontrar profissionais com os conhecimentos e habilidades requeridas.  “As empresas abrem vagas para alguns postos e esses postos não são ocupados porque não aparecem pessoas com a qualificação adequada. O levantamento que a gente está fazendo no setor produtivo pretende capturar isso, a formação e as habilidades que as pessoas precisam desenvolver para acessar essas ocupações”, explica.

O CNTC existe desde 2008, e é atualizado para contemplar novas demandas educacionais. A última revisão foi feita em 2014, antes de se falar de transformação digital nos segmentos da economia incluindo o setor produtivo. A nova revisão está prevista para 2020. “Esse ano deve acontecer a modernização do catálogo. O MEC quer alinhar a oferta de cursos às necessidades do mercado e está fazendo isso de forma colaborativa com o setor produtivo. Foi para ajudar nesse processo que a ABDI abriu o questionário para os representantes de vários segmentos econômicos (indústria, comércio, serviços) falarem sobre as novas demandas do mercado de trabalho”, detalha Adryelle.

O presidente da ABDI, Igor Calvet destacou a importância de levar informação e formação para garantir que a população esteja pronta para as profissões da nova economia e para que trabalhadores, munidos de conhecimento, possam melhorar a produtividade. “Há um descompasso entre a demanda por competências profissionais e a oferta de cursos para educação profissional e tecnológica. A produtividade certamente aumentará quando o processo de qualificação resultar do encontro entre essa demanda e oferta”, afirmou.

Durante a reunião ocorrida em dezembro, secretária-substituta de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marilza Regattieri, destacou que o diálogo com o setor produtivo é importante para identificar subsídios e estratégias para o alinhamento entre a oferta de cursos e as demandas do setor. Números apresentados pelo MEC mostraram que, enquanto 27,3% dos jovens estão desempregados atualmente, 40% das empresas têm dificuldades para encontrar mão de obra qualificada. Além disso, 11,1 milhões dos jovens fazem parte da chamada “geração nem nem”, nem estudam nem trabalham. Segundo Marilza, a meta do MEC é elevar o número de matrículas em cursos técnicos e de qualificação profissional dos atuais 1,09 milhão para 3,4 milhões, em 2024.

Profissões emergentes

Entre as profissões previstas na lista do LinkedIn, estão cargos como gestor de mídas sociais, cientista e engenheiro de dados, especialista em inteligência artificial, engenheiro de cibersegurança e outras. Para os cargos é preciso conhecimentos em áreas como machine learning, deep learning, linguagem R, linguagem python, linguagem de programação, marketing digital e redes sociais, por exemplo. O ranking foi elaborado com base na própria plataforma da rede social. Foram listados também os conhecimentos primordiais que cada uma dessas carreiras exige dos profissionais e as áreas que mais contratam para essas vagas.