A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e com o Ministério da Educação (MEC), lançou, na tarde desta sexta-feira (24/09), o Monitor de Profissões, durante o evento Educação Profissional e Tecnológica: um caminho para o futuro, promovido pelo MEC, em formato híbrido, durante a Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica.
O Monitor de Profissões é um portal que disponibilizar informações sistematizadas sobre as demandas do mercado de trabalho e, dessa forma, contribui para que trabalhadores de todas as idades e jovens em início de carreira orientem, de forma dinâmica e interativa, suas opções de carreira. A plataforma vai oferecer informações e dados das demandas atuais e futuras do setor produtivo, as principais tendências do mercado de trabalho e detalhes das competências, habilidades e atitudes requisitadas para cada ocupação.
Os usuários poderão fazer a pesquisa por meio de perguntas-chave. Por exemplo: Quais competências e habilidades preciso ter para cada uma das ocupações? Qual seria a perspectiva futura das ocupações? Que salários são oferecidos para as ocupações? Onde eu posso me capacitar para essas ocupações? Numa segunda fase, o monitor também vai disponibilizar uma opção de diagnóstico da formação profissional do usuário e, a partir do resultado, a plataforma vai sugerir uma trilha de desenvolvimento dessa carreira. Também nessa segunda fase, a plataforma vai sugerir aos usuários cursos que possam contribuir para o incremento profissional, e consequente aumento da empregabilidade, levando em consideração as demandas do mercado de trabalho.
Durante o evento de lançamento, o presidente da ABDI, Igor Calvet, destacou que o mundo e o Brasil caminham para uma economia cada vez mais digital, com pessoas, máquinas e algoritmos se inter-relacionando. “Essa nova dinâmica do conhecimento exige o desenvolvimento de novas competências profissionais”, afirmou.
Para ele, o Monitor de Profissões pode ser uma ferramenta para reduzir as assimetrias no mercado de trabalho, pelo lado da oferta e da demanda. “Até porque o profissional do presente e do futuro precisa de novas habilidades. Nós, da ABDI, trabalhamos na difusão da tecnologia de excelência para o setor produtivo. E é preciso investir no capital humano, nos profissionais”.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) registrou que grande parte das ocupações existentes no mundo estão sendo totalmente automatizadas ou então terão parcela substancial de suas atividades automatizadas. De acordo com a gerente de Transformação Digital da ABDI, Adryelle Pedrosa, a aceleração da transformação digital alcança todos os países e tem efeitos diferentes a depender da resposta institucional aos desafios propostos pela nova economia.
“O Monitor de Profissões vai favorecer a empregabilidade dos jovens e orientar formuladores de políticas de emprego, políticas de qualificação e políticas educacionais, que vão poder basear decisões em informações qualificadas sobre o mercado de trabalho e o comportamento da demanda por competências”, explicou.
O analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Raphael Lennie, que fez a apresentação do Portal, destacou que o Monitor apresenta também os riscos da ocupação escolhida em relação à transformação digital. “Ele apresenta três selos para a ocupação, em relação à automação, evolução no mercado de vagas e se ela faz parte da economia 4.0.”
Ainda de acordo com ele, o Monitor pode realizar um grande filtro, permitindo a segmentação por ocupação, estado, gênero, nível de escolaridade e vários outros. Com isso, o estudante pode conseguir informações atualizadas sobre o mercado de trabalho, habilidades exigidas para aquela ocupação, remuneração média no local selecionado, etc.
Segundo Rodrigo Zerbone, Subsecretário de Capital Humano do Ministério do Trabalho e Previdência, "o Monitor de Profissões dará ao trabalhador uma clareza quanto às necessidades de formação profissional dos empregadores e será uma ferramenta fundamental para reduzir, portanto, a assimetria de informação e auxiliar no processo de inserção de desempregados e jovens em busca do primeiro emprego no mercado de trabalho”. Denis acrescenta ainda que “o monitor também auxiliará os trabalhadores em seu processo de qualificação continuada e de requalificação profissional, principalmente à luz das novas competências exigidas pela Economia 4.0."
Marilza Machado Gomes Regattieri, diretora de Políticas e Regulação de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, ressalta que o Ministério da Educação tem feito grande esforço na formulação de políticas públicas, programas e projetos voltados para a qualificação profissional de jovens e adultos brasileiros. “O Monitor de Profissões vem ao encontro da nossa missão de oferecer informações e indicadores importantes tanto para jovens estudantes e atuais trabalhadores quanto para os gestores públicos que precisam atuar em políticas educacionais que preparem os profissionais para o futuro”, afirmou.
A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (SETEC/MEC) lançou em outubro de 2019 o Programa Novos Caminhos, para estimular o ingresso de estudantes na educação profissional e tecnológica. O Ministério atualizou o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos – CNCT para permitir a inclusão de novos cursos e o seu alinhamento às transformações tecnológicas e às novas tendências e demandas do setor produtivo.
Já o Ministério do Trabalho e Previdência, responsável por iniciativas voltadas à qualificação profissional de trabalhadores, tem feito esforços no sentido de mitigar algumas das causas do desequilíbrio entre demanda e oferta de trabalho. Sob o nome de Emprega Mais, a política formulada pelo Ministério engloba diversas iniciativas cujo objetivo essencial é melhorar esse “matching” entre oferta e demanda, visando ao aumento da empregabilidade e da produtividade.
Futuro do Trabalho
Com menor assimetria de informações entre trabalhadores, empresas e gestores públicos e privados, o mercado de trabalho pode se aproximar de um padrão mais eficiente em que, tanto no curto quanto no longo prazo, existam menos vagas não preenchidas e, por isso mesmo, menos desempregados.
Nesse contexto, a ABDI faz a ponte entre governo federal e o setor produtivo para contribuir para adoção de políticas públicas voltadas para a formação de profissionais capacitados para atuar na nova economia. Em parceria com o MEC, mobilizou setores empresariais para participar, pela primeira vez, da consulta pública para o processo de atualização do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). Ao todo, a consulta pública da versão preliminar do Catálogo resultou em 1.297 contribuições. A ABDI realizou também a pesquisa "Os Jovens e o Futuro do Trabalho", que ouviu 2.015 pessoas de 16 a 29 anos em todo o país, no mês de setembro de 2019, sobre o tema.