O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, participou do CB Debate: Hidrogênio Verde – O combustível do futuro, na manhã desta quinta-feira, 26, no auditório do jornal Correio Braziliense, na capital federal.
Na palestra magna de abertura “O desenvolvimento sustentável brasileiro”, Cappelli destacou as ações estratégicas da Nova Indústria Brasil (NIB), que incluem diferentes incentivos para o avanço do setor produtivo com o objetivo de impulsionar a transição energética, e os quais a ABDI está apoiando.“O Brasil voltou a ter política industrial com a Nova Indústria Brasil, que tem 6 missões centrais. E, entre elas, a missão fundamental da sustentabilidade, da transição energética. Temos incentivo para ampliar o mercado de crédito e desenvolver a indústria a partir de juros de mercado. Por meio do Brasil Mais Produtivo, temos recursos para inovação com juros real próximo de zero e alguns recursos a fundo perdido. Temos também, no BNDES, o Fundo Clima, com recursos subsidiados para que a gente possa fomentar a transição energética”, ressaltou Ricardo Cappelli.
O presidente da ABDI também citou o programa Brasil Mais Produtivo que inclui subsídios para micro, pequenas e médias empresas brasileiras, além do programa Mover, direcionado ao setor automobilístico. “No âmbito da Nova Indústria Brasil, o o programa Brasil Mais Produtivo destinará R$ 2 bilhões para atender 200 mil pequenas, médias e microempresas, porque elas também precisam se digitalizar, aumentar a produtividade, estar em sintonia com essa transição energética. A gente tem o Mover, o Mobilidade Verde, que dialoga com a questão da sustentabilidade: são mais de R$ 19 bilhões até 2028 para que a indústria automotiva possa fazer a transição, possa investir em pesquisa e desenvolvimento e a gente possa ter automóveis mais sustentáveis”, destacou.
Cappelli ainda mencionou a Depreciação Acelerada, a Letra de Crédito para o Desenvolvimento (LCD). “A Depreciação Acelerada destinará R$ 3,4 bilhões para que a indústria possa modernizar o parque fabril. Máquinas, equipamentos, já em sintonia com as necessidades de fazer essa transição energética. E temos agora a LCD, direcionada à indústria brasileira, com mais R$ 10 bilhões de investimentos”, acrescentou.
O gestor da Agência aproveitou o debate para destacar o potencial energético do país a partir dos recursos naturais disponíveis e que os investimentos externos no Brasil para fomento da transição energética é uma chance importante para consolidar a neoindustrialização.
“O Brasil está recebendo agora, só no Nordeste, R$ 30 bilhões de investimentos em hidrogênio verde, e esses recursos são muito bem-vindos, são muito importantes, mas o Brasil precisa ser protagonista, ser dirigente dessa oportunidade, e não o nosso país ser dirigido de fora para dentro. Precisamos avançar sem abrir mão das nossas riquezas, porque para financiar a transição energética alguém tem que pagar essa conta”, pontou.
Cappelli reconheceu a relevância dos investimentos externos e chamou a atenção para como esses recursos serão administrados, para que o Brasil aproveite a oportunidade de reindustrializar o país. “Claro que esses investimentos geram empregos, mas a gente tem que utilizar esse poder de negociação que o Brasil tem, de uma matriz energética muito limpa, para sentar na mesa e negociar a reindustrialização do Brasil. Não basta a gente exportar amônia e metanol, nós queremos exportar aço verde, nós queremos exportar cimento verde, nós queremos exportar produto agregado a partir do hidrogênio verde, não apenas o commodity”, concluiu o presidente da ABDI.
A palestra magna também teve a participação do presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; do diretor-executivo de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa Econômica Federal, Jean Rodrigues Benevides; do presidente em exercício da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar. O evento completo está disponível no youtube do Correio Braziliense.