A transformação digital da indústria para a ampliação da produtividade foi o tema do quinto dia da Rodada de Oficinas promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília, para ouvir as contribuições da sociedade civil às políticas do setor. As atividades desta terça-feira (10/10) tiveram a participação efetiva de representantes da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que também promove a relatoria técnica dos encontros, iniciados em 4/10.
A interação da Agência no Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes de entidades empresariais, centrais sindicais e Governo Federal aconteceu por meio da chefe de Gabinete, Júnia Casadei, do gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias, Bruno Jorge, do assessor da presidência Paulo Lacerda e do analista de Produtividade e Inovação Eduardo Rezende. Os debates mantiveram o foco da rodada de oficinas sobre os gargalos que restringem o desenvolvimento pleno das missões da política industrial, sobretudo em relação à inovação, ao adensamento tecnológico das cadeias produtivas e aos desafios de descarbonização.
“Esses desafios dimensionam a importância das discussões com os setores público e privado para a identificação e avaliação de estratégias para o desenvolvimento de um setor industrial competitivo tecnologicamente e para a redução de vulnerabilidades”, disse Rezende. “Essa avaliação dos gargalos e das potencialidades do setor produtivo rumo à transformação digital é um processo que fortalece nossas competências internas”, completou.
As sugestões e os problemas identificados nas oficinas servirão de base, entre outros insumos obtidos, para a identificação de áreas e tecnologias merecedoras de investimento e para a atribuição de prioridades pelo Governo Federal. Um processo que favorece, igualmente, as ações da ABDI. “As oficinas são uma ótima oportunidade para a Agência executar um dos seus objetivos estratégicos de apoiar a formulação, a execução, o monitoramento e a avaliação de políticas públicas de desenvolvimento produtivo”, destacou Lacerda. “É também a oportunidade para a Agência contribuir com a experiência acumulada nos três ciclos anteriores de política industrial”.
Lacerda referiu-se à experiência de quase 20 anos da ABDI em reflexões e ações destinadas ao desenvolvimento da indústria iniciadas ainda em meados da década de 2000. Um conhecimento acumulado relevante para o aprofundamento das discussões da rodada de oficinas, conforme detalhou Junia Casadei. “A ABDI tem muito a contribuir pela experiência adquirida no acompanhamento dos três ciclos anteriores de construção de políticas industriais: a PITCE, de 2004; a PDP, de 2008, e o PBM, lançado em 2011”, recordou, referindo-se, respectivamente, à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, à Política de Desenvolvimento Produtivo e ao Plano Brasil Maior.
Contribuições recebidas
Na oficina de sexta-feira (6/10), sob o tema ‘Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades’, o analista de Produtividade e Inovação da ABDI Jackson De Toni apresentou aos participantes as contribuições recebidas sobre o assunto da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e de associações de empresas e indústrias.
Segundo o analista, que ajudou a organizar as oficinas, “as metas aspiracionais das missões geram responsabilidades que precisam ser assumidas por todos, governo e iniciativa privada. Para que a política industrial seja realmente transformadora, é preciso que todos os envolvidos estejam comprometidos com o seu sucesso”.
Além de Toni, também participaram do terceiro dia da rodada de oficinas o gerente da Unidade de Novos Negócios da Agência, Tiago Faierstein, e a analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Vandete Mendonça. As oficinas promovidas pelo CNDI com relatorias da Agência têm continuidade nesta quarta-feira, 11/10, quando serão discutidas as tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.