As gerentes de Desenvolvimento Industrial, Cecília Vergara, e de Difusão de Tecnologias da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Isabela Gaya, representaram a Agência na manhã desta quarta-feira, 16/4, no webinar Empowering Industries: The Smart Manufacturing and Robotics Revolution in Emerging Economies (Fortalecendo Indústrias: A Revolução da Manufatura Inteligente e da Robótica nas Economias Emergentes), promovido pelo Brics.
O tema do encontro on-line, que contou com a participação de integrantes do bloco, convergiu com as prioridades estabelecidas pela atual presidência do bloco, a cargo do Brasil, que incluem Manufatura Inteligente e Robótica. Precede, também, a reunião de cúpula do grupo marcada nos próximos dias 6 e 7/7, no Rio de Janeiro.
A cooperação entre os países do Brics para avanços mútuos nos dois segmentos integrou o debate no webinar sobre a importância da indústria 4.0. “Este workshop técnico é uma oportunidade para discutir os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento da Indústria 4.0 e a Robótica nos Brics, impulsionando a cooperação e a transformação digital”, explica Isabela.
A gerente apresentou no webinar a evolução do Brasil na adoção de tecnologias 4.0, ilustrada pelo avanço de cerca de 20% registrado em um período de cinco anos – em 2016, 46% das indústrias adotaram pelo menos uma tecnologia 4.0, número elevado a 69% em 2021, segundo números da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O cenário mundial da Robótica foi igualmente mencionado por Isabela – desta vez, com o apoio de dados da Federação Internacional de Robótica. Segundo a entidade, em seu relatório World Robotics 2024, a China se destacou em 2023 com 51% das instalações de robôs industriais registradas, seguida por Japão (46,1%), Estados Unidos (37,6%), Coreia do Sul (31,4%) e Alemanha (28,4%), no mesmo ano.
Sobre o Brics
O Brics nasceu com a participação inicial do Brasil, Rússia, Índia e China, seguida pela adesão da África do Sul. Em janeiro de 2024, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã se integraram ao grupo, completado em janeiro de 2025 pela Indonésia.
O bloco representa mais de 42% da população mundial, 30% do território do planeta, 23% do PIB global e 18% do comércio internacional. Em conjunto, soma um PIB de US$ 24,7 trilhões.
A cooperação mútua em Manufatura Inteligente e Robótica pode obter vantagens em função das massivas trocas entre seus membros, com quem o Brasil mantém intenso comércio: em 2022, o volume de transações chegou a US$ 177,7 bilhões, dos quais US$ 99,4 bilhões foram exportações brasileiras para China, Índia, Rússia e África do Sul e US$ 78 bilhões importações de produtos vindos desses países.
Principal parceiro comercial do Brasil, a China comprou 90% de toda a exportação brasileira destinada aos Brics, cerca de US$ 89,4 bilhões. A Índia importou 6,3% (cerca de US$ 6,3 bilhões), a Rússia foi destino de 2% das exportações (US$ 1,96 bilhão) e a África do Sul, de 1,7% (US$ 1,7 bilhão).
No sentido inverso, 78% das importações vindas do bloco foram de produtos chineses (US$ 60,7 bilhões), seguidos dos indianos (11% ou US$ 8,9 bilhões), russos (10%, US$ 7,9 bi) e sul-africanos (1,2% ou US$ 908 milhões).
No ano passado, o produto mais exportado pelo Brasil para os BRICS foi a soja, com 33% do total, seguida por petróleo (18%), ferro (18%) e carne bovina (8,2%). Em contrapartida, os produtos mais importados foram adubos e fertilizantes (10%), válvulas e diodos (8,9%), produtos químicos (7,9%) e produtos de telecomunicação (5,3%).
No ano passado, o produto mais exportado pelo Brasil para os BRICS foi a soja, com 33% do total, seguida por petróleo (18%), ferro (18%) e carne bovina (8,2%). Em contrapartida, os produtos mais importados foram adubos e fertilizantes (10%), válvulas e diodos (8,9%), produtos químicos (7,9%) e produtos de telecomunicação (5,3%).