ABDI passa a ser gestora operacional do programa Brasil Mais Produtivo

ABDI passa a ser gestora operacional do programa Brasil Mais Produtivo

Decreto assinado pela Presidência institucionaliza ação para aumentar produtividade das indústrias

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) passa a centralizar os recursos e a operação do Programa Brasil Mais Produtivo. O decreto assinado pelo presidente Michel Temer e pelo ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, nesta terça-feira (30), institucionaliza a iniciativa como um programa do Governo Federal.

Para a coordenadora de Produção Industrial da ABDI, Júnia Casadei, a Agência ganha respaldo com o documento. “A ABDI passa a poder receber recursos de qualquer órgão ou entidade da administração pública para viabilizar o programa. Esta é uma solicitação que conseguimos incluir no decreto. Agora temos uma norma que define como é o programa”, afirma Júnia.

“O decreto valida a institucionalidade do programa, fortalece uma política pública implementada em rede e induz a convergência de agendas institucionais. Além disso, define as atribuições de cada parceiro, aprimora os procedimentos legais e burocráticos e estabelece a convergência de recursos e informações para uma melhor execução e monitoramento do B+P”, avalia o ministro Marcos Jorge.

Haverá um chamamento público para credenciar as consultorias que poderão ser contratadas para prestar apoio às indústrias brasileiras. “A gente pode criar mais opções de instrumentos e ter diversidade de parcerias. Temos uma iniciativa com a Fundação Nacional da Qualidade, que é sobre Lean Manufacturing, porém mais voltada para a gestão da liderança do que o Senai oferece, por exemplo”, explica Júnia.

Com o decreto, além de poder firmar parcerias para receber recursos, a ABDI fica responsável pelo apoio operacional, pela contratação de serviços técnicos de extensionismo industrial, por monitorar a execução das consultorias e por receber e sistematizar os resultados do programa. O Grupo de Trabalho Estratégico do B+P vai se reunir no dia 9 de novembro para definir as ações, cronograma, expansões, recursos e parcerias para as próximas etapas do programa.

Foto: Washington Costa/MDIC

Resultados

A primeira fase do Brasil Mais Produtivo, encerrada em julho deste ano, apresentou crescimento médio de mais de 52% na produtividade das três mil empresas participantes do programa, acima da meta do B+P que é a de aumentar, em média, 20% a produtividade das empresas.

Devido aos bons resultados do B+P, o programa terá uma edição especial para empresas exportadoras iniciantes. Para o piloto dessa fase, estão previstos atendimentos para 70 indústrias e um orçamento de cerca de R$ 1 milhão. A ferramenta “manufatura enxuta” deverá ser aplicada nesse grupo de empresas.

Outra frente do programa, realizada em parceria com Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética (Procel), prevê o aumento da eficiência energética das indústrias nacionais. Para isso, o MDIC realizou atendimentos pilotos a 48 empresas. Essa fase, também conta com o apoio Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Senai.

Um terceiro eixo prevê o aumento da digitalização e conectividade do parque industrial. Por meio da combinação de ferramentas relacionadas às macrotendências da chamada indústria 4.0, o objetivo é contribuir para o aumento da produtividade e o aperfeiçoamento da gestão, com a instalação de sensores nas linhas de produção.

O Brasil Mais Produtivo é voltado para pequenas e médias indústrias aumentarem a produtividade de seus processos, com a promoção de melhorias rápidas, de baixo custo e alto impacto.