ABDI promove missão técnica para Israel

ABDI promove missão técnica para Israel

País é que o mais investe em inovação no mundo, com gastos que chegam a US$ 13 bilhões por ano

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) promove entre os dias 11 e 15 de novembro uma missão internacional para Israel com foco no conhecimento e prospecção de soluções em defesa e segurança cibernética, além de tecnologias voltadas para cidades inteligentes e soluções em indústria 4.0. Considerado um importante player e referência mundial em inovação, Israel é atualmente o país que mais investe no mundo em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com gastos que chegam a 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a mais de US$ 13 bilhões por ano, de acordo com a Autoridade de Inovação de Israel (Israel Innovation Authority), vinculada ao Ministério da Economia.

Coordenada pelo presidente da ABDI, Guto Ferreira, a comitiva contará com especialistas e técnicos da Agência que participarão, durante os cinco dias, de reuniões com empresas e startups israelenses, além de entidades e organizações especializadas em políticas de inovação, defesa e segurança digital. A delegação também participará da 5ª Conferência Internacional HLS&Cyber 2018, em Tel Aviv, com a presença de mais de 80 países que discutirão temas como proteção de cybersegurança; infraestrutura crítica; controle de fronteira; segurança de aeroportos e aviação; segurança do transporte de massa; resiliência e prontidão em emergência; proteção de massas e megaeventos; entre outros temas críticos em segurança nacional.

“Nosso objetivo é promover uma imersão com troca de experiências entre representantes do ecossistema de inovação de Israel e do Brasil e, a partir disso, podermos montar um portfólio para o novo governo com sugestões de projetos e soluções aderentes à realidade brasileira, especialmente no que diz respeito à defesa cibernética e a soluções de segurança pública”, adiantou Ferreira, ao mencionar a parceria já consolidada da ABDI com o Exército Brasileiro, responsável pela coordenação e desenvolvimento das capacidades cibernéticas nos campos industrial e militar do Brasil, incluindo a implantação de um centro de defesa do espaço cibernético.

Agenda de inovação e segurança cibernética

Entre os destaques da agenda da missão estão um encontro na CyberGym, líder global em segurança cibernética, responsável por fornecer às organizações treinamento, conhecimento e ferramentas necessárias para a defesa de sistemas críticos, infraestruturas, utilitários e dados confidenciais contra ameaças cibernéticas complexas e em constante evolução.

Também estão na agenda uma visita à IATI, organização guarda-chuva israelense que representa as indústrias de alta tecnologia e ciência da vida, e à SOSA, entidade que incentiva mais de 150 empresas multinacionais e investidores e 8,5 mil startups, por meio de empreendimentos de inovação e parcerias empresariais, com o objetivo de preencher a lacuna entre a oferta de soluções e as demandas por inovação corporativa.

Estão previstos, ainda, encontros com representantes da Autoridade Inovação de Israel, entidade pública responsável pela política de inovação do país, com a Israel Eletric Corporation (IEC Soc), a maior fornecedora de energia elétrics, e com a T3 Technion, entidade que estabelece a ponte entre as pesquisas em laboratórios e sua aplicação com valor agregado para o mercado israelense e mundial.

Segurança e defesa cibernética no Brasil

Posicionado como o quinto país do mundo em extensão territorial e em população, o Brasil é líder no ranking de usuários de internet entre os países da América do Sul e detém a metade dos internautas da América do Sul, conforme levantamento apontado no Guia de Defesa Cibernética na América do Sul, editado em 2017, pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Defesa Pandiá Calógeras (IBED), do Ministério da Defesa.

Para se ter uma ideia desse cenário, em 2006, o Brasil já contava com 53,7 milhões de usuários, enquanto todos os outros países do subcontinente tinham apenas 28 milhões de internautas, de acordo com o estudo da Defesa.

Reflexo desse cenário, o Brasil foi país que mais sofreu ataques cibernéticos na América Latina nos últimos anos, e o terceiro país que mais realizou ataques cibernéticos no mundo. Ainda, segundo levantamento do Guia, os crimes cibernéticos afetam cerca de 20 milhões de brasileiros por ano e geram um custo médio de US$ 831 por vítima, valor superior à média global em 2013, de US$ 298. Essa realidade resulta em um custo líquido total de US$ 8 bilhões ao Estado Brasileiro, segundo apontou o Relatório Norton 2013: Brasil.

Diante dessa realidade, a temática sobre segurança e defesa do espaço cibernético brasileiro tornou-se pauta prioritária das autoridades brasileiras. O Brasil, inclusive, já conta com um arcabouço considerável, formado pelo Livro Branco, do Ministério da Defesa, que apresenta estratégias abordando o tema, e o Livro Verde, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), entre outros documentos.

Saiba mais:

Defesa cibernética – Ato de defender o sistema crítico das Tecnologias de Informação e Comunicações (TICs) de um Estado. Além disso, engloba estruturas e questões cibernéticas que podem afetar a sobrevivência de um país.

Segurança cibernética – Aborda questões políticas, gestão de riscos, melhores práticas de garantia e tecnologias usada para proteger o ambiente cibernético de um país e suas organizações. De forma mais direta, a segurança cibernética trata de temas relacionados à segurança pública.