Alckmin anuncia novo Brasil Mais Produtivo

Alckmin anuncia novo Brasil Mais Produtivo

Programa do governo federal está sendo reformatado e lançamento está previsto ainda para este ano

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou, nesta terça-feira (3), durante a abertura do 15º Congresso da Micro, Pequena e Média Indústria, em São Paulo, que o novo Brasil Mais Produtivo será lançado ainda este ano. O programa tem por objetivo alavancar a produtividade, a competitividade e a eficiência energética do setor produtivo, além de estimular a transformação digital.

Com investimento de R$ 1,5 bilhão, o Brasil Mais Produtivo é coordenado pelo MDIC, com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e executado pelo Sebrae e pelo SENAI. BNDES e Finep também são parceiros do programa, que está sendo reestruturado.

Na nova fase, o Brasil Mais Produtivo irá atender 91,4 mil micro, pequenas e médias empresas industriais nos próximos três anos. De acordo com Alckmin, o valor investido corresponde ao triplo de atendimentos realizando no setor da indústria desde o início do programa, em 2016.

O Sebrae será o responsável por promover melhores práticas de gestão e digitalização em 50 mil micro e pequenas empresas, depois da realização do diagnóstico de maturidade digital de cada uma delas. Essas empresas serão acompanhadas continuamente por Agentes Locais de Inovação.

Já o SENAI irá atuar para otimizar os processos industriais de 30 mil micro e pequenas empresas, que receberão consultoria em aperfeiçoamento profissional, Lean Manufacturing e Eficiência Energética. Serão abertas ainda mais três mil vagas para atender empresas industriais de porte médio.  

“O programa está totalmente alinhado à Missão 4 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que é aumentar a produtividade da indústria brasileira por meio da incorporação de tecnologias digitais, especialmente as desenvolvidas e produzidas aqui mesmo no país. Acredito que será fundamental no âmbito de nosso projeto de neoindustrialização nacional”, disse o ministro.

As empresas também irão contar com uma plataforma digital com cursos, ferramentas e materiais sobre produtividade e transformação digital. A expectativa é engajar pelo menos 200 mil MPMEs industriais por meio dessa plataforma.

O programa irá beneficiar, ainda, 8,4 mil micro, pequenas e médias empresas com soluções desenvolvidas por provedoras de tecnologias 4.0, via chamadas Smart Factory. Além disso, irá atender outras 1,2 mil empresas de médio porte com um plano completo de transformação digital: da elaboração do projeto de investimento ao acompanhamento.

Com a inclusão do BNDES e da Finep como instituições de fomento, serão abertas linhas de financiamento acessíveis para projetos de transformação digital. A meta é apoiar o desenvolvimento de 360 novas tecnologias e atender 7,2 mil micro, pequenas e médias empresas industriais. O programa também ganhou a parceria do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

Para a gerente de Transformação Digital da ABDI, Adryelle Pedrosa, o novo Brasil Mais Produtivo é inovador como política pública tendo em vista seu alcance e a sua gestão em rede. “Várias instituições, incluindo a ABDI, somam seus esforços e confluem seus recursos para expandir o programa, atendendo milhares de empresas e, contribuindo, dessa forma, para superar a estagnação da produtividade da indústria”, afirmou.

Transformação Digital

Na parte da tarde do evento, a ABDI esteve presente no painel “Transformação Digital – Desafios e Experiências das MPMIs”. O analista de Produtividade e Inovação da Agência, Roberto Pedreira, falou sobre a ABDI, a importância da transformação digital, os resultados do Mapa da Digitalização das MPEs – estudo realizado pela Agência em parceria com a FGV – e sobre o programa Jornada Digital.

Ele abriu sua participação, destacando que transformação digital não é converter um processo de produção ou de comercialização, que está sob a forma manual, passando-o para o digital. “Quando se faz dessa forma, a empresa acaba digitalizando também as ineficiências”, disse. 

De acordo com o analista, a jornada de transformação digital deve proporcionar mais eficiência e produtividade para a indústria, além de maior agregação de valor para os clientes e pessoas com as quais a empresa se relaciona.  “Transformação digital é, sobretudo, uma mudança de mentalidade, na qual a empresa estabelece uma estratégia de jornada, que deve possibilitar a revisão contínua de produtos, serviços e, inclusive, o próprio modelo de negócios da empresa. Não se trata apenas de tecnologia; trata-se de transformação do negócio como um todo”, concluiu.