Pela quarta vez consecutiva, a confiança da indústria registrou resultado positivo influenciado por uma forte melhora do cenário atual. Anunciada na segunda-feira (29/07) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), a melhora da percepção do empresário industrial – registrada no Índice de Confiança da Indústria (ICI) – reforça o pronunciamento do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva realizado na véspera, quando, em cadeia nacional de rádio e TV, celebrou a retomada da indústria nacional.
Segundo o levantamento da FGV, o ICI subiu 3,3 pontos em julho, alcançando 101,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,7 ponto, para 99,4 pontos. “Depois de anos de estagnação, a indústria brasileira está voltando a ser o motor do desenvolvimento. Com investimentos recordes na indústria automobilística, de siderurgia, de alimentos e de celulose”, enumerou o presidente, no domingo (28).
Marco de um ano e meio de sua gestão, o pronunciamento de Lula ocorreu dois dias depois de o presidente sancionar a lei que cria a Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), modalidade de aplicação financeira concebida para estimular investimentos em infraestrutura, indústria, inovação e pequenas empresas por meio de uma estrutura de crédito mais acessível e com benefícios fiscais.
Alinhado ao Novo PAC e à Nova Indústria Brasil e similar às Letras de Crédito Agrícola (LCA) e Imobiliário (LCI), o novo modelo de financiamento tem por objetivo revitalizar o setor produtivo e promover um ambiente de negócios mais dinâmico e acessível.
O novo instrumento de captação de recursos – a ser regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que definirá as regras para a emissão, distribuição e resgate das LCDs – oferecerá isenção de imposto de renda para investidores e permitirá que bancos de desenvolvimento captem recursos a custos mais baixos para financiar projetos de longo prazo.
Alta da confiança
A perspectiva de adesão de investidores à nova linha de crédito projeta um cenário ainda mais positivo para a indústria e um aumento contínuo da confiança no setor.
Efetuada antes da sanção da lei que cria a LCD, a sondagem da FGV registrou, em julho, alta da confiança em 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O resultado reflete melhora nas avaliações tanto sobre a situação atual como nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) avançou 4,4 pontos, atingindo 103,7 pontos. O Índice de Expectativas (IE), por sua vez, subiu 2,1 ponto, para 97,6 pontos. Ambos alcançam o maior patamar desde novembro de 2021.
Em notícia publicada no portal da fundação, o economista da FGV IBRE Stéfano Pacini informa que a percepção sobre a demanda segue avançando enquanto o nível de estoques melhora gradualmente. Afirma, também, que a maior parte das empresas sinalizam que não há dificuldades para aumentar a produção no momento e que, em relação ao futuro, há uma perspectiva positiva relacionada ao ambiente de negócios para o fim do ano e ao ímpeto de contratações.
“No cenário macroeconômico, apesar da interrupção do ciclo de quedas na taxa de juros, os indicadores de trabalho e renda continuam positivos e contribuem com o otimismo disseminado entre os segmentos da indústria’, conclui.