A convite da diretora executiva de Negócios da Embrapa, Ana Euler, a diretora de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua Almeida, e o gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG, Rogério Araújo, participaram na última quarta-feira, 16, de uma reunião sobre a regulamentação da Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu, na sede da Embrapa, em Brasília.
No encontro, foram abordados temas como a relevância da cadeia produtiva da planta para o desenvolvimento econômico da região Norte, seu potencial de gerar emprego e renda, assim como os gargalos atuais enfrentados pelos produtores. Participaram da reunião representantes do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Associação Brasileira do Produtos de Bambu (APROBAMBU), dentre outras instituições públicas e privadas ligadas ao setor.
“Essa reunião é um grande passo para o entendimento desse vegetal para o agronegócio e para a indústria brasileira”, afirmou o presidente da APROBAMBU, Guilherme Korte.
Uma das maiores florestas nativas de bambu do planeta localiza-se na Amazônia Sul-Ocidental e engloba parte do estado do Amazonas e a maior parte do estado do Acre, além de áreas vizinhas em Pando, na Bolívia, e Madre de Dios, no Peru.

Nesse sentido, Eufran Amaral, da Embrapa Acre, afirmou que cadeia produtiva do bambu no Brasil ainda está sendo estruturada. “A Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentado e ao Cultivo do Bambu foi instituída em 2011, e nós aguardamos há 13 anos essa regulamentação”.
Amaral destacou a importância da ABDI no apoio à regulamentação, sobretudo devido a sua atuação no setor industrial e de inovação.
“Um dos pontos da cadeia é a parte industrial. Temos milhares de hectares com bambu e são pouco utilizados. Poderíamos ter uma diversidade enorme de produtos e não temos. Então, nós podemos ligar a cadeia com energia, construção civil, geração de produtos desde para utensílios de casa até material de carro, avião.
E acrescentou: “a ABDI é extremamente importante nesse processo de realização de estudos e de transformação em novos produtos, assim como no apoio na implantação de bases industriais em diferentes estados”.
No processo de regulamentação, grupos de trabalho (GT) estão sendo formados com a finalidade de subsidiar a normatização da lei e, também, a elaboração de programas que viabilizem a sua implementação.
Bambu: o aço verde
Conhecido como “aço verde”, o bambu é quase tão resistente quanto o aço e pode ser utilizado na construção civil com diversas funcionalidades, inclusive em pilares, colunas, entre outros.
A diretora da ABDI destacou esse potencial da planta. “Primeiro precisamos vencer a desinformação e divulgar o potencial do bambu. A extração do aço traz seus problemas ambientais, e o bambu é abundante, pode ser replantado e é sustentável. Quando pensamos no bambu como substituto do aço, podemos pensar em incluir o uso de material como este em programas como o Selo Verde e o BIM, que está ligado a construção civil, penso que assim vamos avançar muito no desenvolvimento da cadeia produtiva”.