Câmara de Saúde 4.0 quer levar sistema público para o futuro

Câmara de Saúde 4.0 quer levar sistema público para o futuro

MCTIC e MS lançam Câmara da Saúde 4.0 para aprimorar uso da tecnologia no setor

Os caminhos para aplicação de novas tecnologias na área da saúde serão tema de discussão da Câmara da Saúde 4.0, lançada na última quinta-feira (30) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pelo Ministério da Saúde. O projeto estava previsto no Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), lançado em 2019, e promete transformar a saúde pública no Brasil.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apoia a criação da Câmara da Saúde 4.0. “As tecnologias como IoT já são aplicadas na indústria. Essa câmara pretende discutir como levar essas tecnologias que já funcionavam em ambiente industrial para a área da saúde”, destaca o Coordenador do Projeto Indústria 4.0, da ABDI, Bruno Jorge. Dentro das linhas de digitalização e adoção de tecnologias, a IoT está entre as principais ferramentas para transformar o setor de saúde.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, destaca que a aplicação para a Saúde de inovações já usadas na indústria tem potencial para transformar a vida do brasileiro. “A tecnologia tem de ser usada para melhorar a vida das pessoas. Internet das Coisas, inteligência artificial e conectividade, tudo isso em conjunto vai nos permitir revolucionar a tecnologia aplicada na área de saúde, tanto em grandes cidades como nas localidades mais distantes”, afirma Pontes durante o discurso.

A Câmara da Saúde 4.0 será coordenada pelo Ministério da Saúde. Com o apoio do MCTIC, a pasta vai aproximar membros das universidades, institutos de ciência e tecnologia, iniciativa privada e demais atores relevantes no cenário da inovação e da saúde. Esses grupos terão que identificar e discutir soluções, alinhar ações, e articular e propor iniciativas para a implementação da IoT.

A expectativa é que o uso dessas novas ferramentas melhore a efetividade da assistência à saúde por meio do monitoramento contínuo dos pacientes e da adoção de soluções de IoT, que aumente a celeridade e eficácia na vigilância epidemiológica, e que promova a conectividade visando à integração do Sistema Único de Saúde (SUS).

Saúde integrada

A tecnologia 4.0 trará integração entre unidades de saúde de todo o país. A criação de um banco de dados permitirá que médicos acompanhem os quadros clínicos dos pacientes, e que pesquisadores identifiquem, com mais facilidade, doenças e fragilidades que possam atingir uma determinada população. As ferramentas permitirão, inclusive, maior cobertura de vacinas.

Durante a solenidade de lançamento da câmara, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou que o Brasil pode ser o primeiro país continental a ter todos os dados de saúde integrados, observadas as diretrizes de segurança da informação, privacidade e proteção de dados pessoais. O executivo explicou que no começo o sistema deverá registrar cinco informações básicas de cada paciente: consultas realizadas; internação; medicamentos recebidos; exames realizados e vacinas tomadas.

“Os benefícios são inúmeros, como a Telemedicina, pois em lugares de vazios assistenciais essa é uma ferramenta fundamental. Esses dados podem servir para pesquisa, para análise de situações e entendimentos sobre coberturas vacinais, enfrentamento de doenças. Será uma ferramenta muito importante. Essa será uma câmara extremamente participativa para discussões de soluções”, disse Mandetta. O investimento estimado será de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos.

Plano Nacional de Internet das coisas

O Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT) prioriza quatro áreas: indústria, agronegócio, saúde e cidades. São objetivos do plano: melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos de eficiência nos serviços; promover a capacitação profissional e a geração de empregos na economia digital; incrementar a produtividade e fomentar a competitividade das empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT; buscar parcerias com os setores público e privado para a implementação da IoT; e aumentar a integração do país no cenário internacional, por meio da participação em fóruns de padronização, da cooperação internacional em pesquisa, desenvolvimento e inovação e da internacionalização de soluções de IoT desenvolvidas no país.