Cappelli enumera ações da NIB em encontro anual da indústria química

Cappelli enumera ações da NIB em encontro anual da indústria química

Evento em SP recebe anualmente cerca de 600 convidados, entre executivos do setor químico, autoridades, pesquisadores e formadores de opinião

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, participou nesta segunda-feira, 2/12, da abertura e de um dos painéis do 29º Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ 2024), em São Paulo (SP). O evento, o mais importante do setor químico, teve como tema central “A química do presente, sustentável, tecnológica e humana, transformando o futuro”.

Antecedida na abertura do encontro por uma saudação em vídeo do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a participação inicial de Cappelli jogou luz na volta da política industrial ao centro da estratégia de desenvolvimento do país.

“A gente não vai construir um país desenvolvido com o país sendo apenas um fazendão agro-mineral exportador. A gente só vai ter país desenvolvido, o país que a gente sonha, com indústria”, disse, antes de destacar ações semelhantes implementadas em todo o mundo a favor dos parques industriais.

O debate com a indústria química sobre tarifas transitórias para equilibrar o jogo internacional e a inserção das compras públicas na política industrial brasileira ilustraram a menção de Cappelli ao novo momento do país, marcado pela Nova Indústria Brasil (NIB).

“É por isso que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos está construindo, junto com vários ministérios, o debate sobre as margens de preferência para compras nacionais, inclusive no que diz respeito à inovação produzida no Brasil. Essa demarcação é muito importante.”

O presidente da ABDI seguiu mencionando ações do Governo Federal focadas no setor produtivo nacional, a começar pelo restabelecimento do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), programa de R$ 5,2 bilhões em incentivos que concede isenções fiscais e benefícios adicionais às empresas que se comprometerem a investir na ampliação de sua capacidade instalada.

“Tem o novo REIQ, tem a depreciação acelerada, tem a letra de crédito para desenvolver a indústria do país”, listou. “Tinha LCI, a Letra de Crédito Imobiliário, tinha LCA, para o agronegócio. Por que não tinha para indústria? Agora, tem”.

Lei do Combustível do Futuro

A participação de Cappelli teve sequência no painel “Perspectivas para o Desenvolvimento Econômico e Industrial do Brasil”, cujas reflexões foram compartilhadas com o sócio e líder de Projetos de Investimentos da Deloitte, Eduardo Raffaini, e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

No debate, a NIB, com suas seis missões muito bem definidas, o Plano mais Produção, que apresenta R$ 405 bilhões em crédito – parte disso, a juros subsidiados para inovação – e o Mover (Mobilidade Verde) se somaram às ações do Governo Federal anteriormente enumeradas por Cappelli. As referências do presidente da ABDI, contudo, não se encerraram aí.

“Nós temos o nosso parque de máquinas com 14 anos em média de idade e agora a gente está podendo modernizar essas máquinas todas e abater isso em apenas dois anos”, lembrou, em nova menção ao mecanismo da depreciação acelerada.

“Aprovamos recentemente a Lei do Combustível do Futuro, que está ampliando o espaço dos biocombustíveis, e tem ajustes na política tarifária”, completou, lembrando, ainda, dos ajustes equilibrados efetuados pelo MDIC em tarifas do aço após diálogo com o setor produtivo.

Parceria ABDI/Abiquim   

Para enfrentar o desafio de se adaptar às novas demandas globais por soluções sustentáveis e de baixo impacto ambiental, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) alinhou com a ABDI uma parceria na condução do Projeto “Química Sustentável”, que tem como foco a promoção da modernização, da competitividade e da sustentabilidade da indústria química brasileira.

A parceria prevê, entre outras ações, a rastreabilidade dos produtos químicos, com possibilidade de sinergia com a Plataforma Recircula Brasil, e a construção da Proposta de Reciprocidade de Aplicação de Barreiras não Tarifárias, com foco na Química Verde.

Segundo dados da Abiquim, a indústria química é um dos principais pilares da economia brasileira, representando cerca de 10% do PIB industrial do país.