O computador travou, a internet está lenta, o cursor do mouse está se mexendo involuntariamente? Pode não parecer, mas você pode estar diante de um ataque virtual. E a grande pergunta que se faz no momento em que o mundo enfrenta uma pandemia por causa da Covid-19 é: as instituições, as pessoas e o sistema estão preparados para a segurança cibernética em tempos de home office, por exemplo?
O Webinar ‘A segurança digital no cenário de Covid-19’, promovido pela ABDI abordou justamente a ciber segurança num momento em que o mundo corporativo se viu forçado a adotar da noite para o dia o modelo de trabalho remoto de forma quase que majoritária. “A digitalização da sociedade vinha acontecendo antes mesmo da crise. As empresas estavam nesse processo com um Plano de Digitalização de forma estruturada. Então, veio o vírus e as empresas tiveram que passar por um procedimento quase emergencial”, avaliou Carlos Rust, presidente da RustCon.
Rust foi um dos debatedores do webimar mediado pelo presidente da ABDI, Igor Calvet. Almir Meira Alves, Officer Academia CECyber; Leidivino Natal da Silva, CEO da Stefanini Rafael e Alessandro Dantas, Presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), completaram o quadro de debatedores.
“A questão agora não é mais de preparação para um crime cibernético, e sim para o impacto no seu negócio.", pontuou Igor Calvet. De acordo com ele, os números revelam que no Brasil 45% das empresas não estão preparadas para combater crimes cibernéticos e o país é o segundo maior no mundo no que se refere a crimes cibernéticos. “Ou seja, as empresas não estão preparadas, nós somos grandes players do crime cibernético o que nos impinge um fator de melhorar nossa capacidade contra esse tipo de crime e num momento de pandemia”, avaliou Calvet.
No cenário atual, segundo Leidivino Natal da Silva, CEO da Stefanini Rafael, os ataques cibernéticos potenciais que acontecem no mundo somam mais de 14 milhões num espaço de menos de doze horas. “A forma mais conhecida vem se diversificando e os ataques têm aumentado com a pandemia. A transformação digital que tanto discutíamos agora virou realidade, ela foi antecipada e as vulnerabilidades começam a aparecer”, afirmou.
O trabalho remoto impulsionou essa vulnerabilidade na avaliação de Almir Meira Alves, Officer Academia CECyber e trouxe outros paradigmas. Segundo ele, antes da pandemia existia um movimento de transformação com foco em soft skills onde as pessoas aprendem as ferramentas digitais sob um ângulo colaborativo, escalonado e estruturado. “Agora, o desafio são as hard skilsl onde o colaborador também tem que ter conhecimento técnico de complience e ciber segurança e esse tem que chegar às pessoas que não estão mais na empresa. Elas têm que aprender a trabalhar em home office com segurança mínima e identificar rapidamente quando está sendo alvo de um ataque”, disse.
A pesquisa é requisito primordial no combate aos ataques digitais pontuou Alessandro Dantas, da FAPDF. “O nosso esforço agora é de ampliar e investir mais na capacitação digital com profissionais de alto nível dentro da segurança cibernética”. A ABDI e a FAPDF são parceiras na implantação do projeto Cyber Arena. “A pandemia traz lições importantes. Temos que tentar entender que sem as pessoas e sem o talento a gente fica à mercê. Existe o talento do bem e do mal e o talento do mal está em ação”, complementou.
Na avaliação dos debatedores o cenário atual se baseia no tripé – pessoas, processos e ferramentas e envolve vários fatores como a estratégia nacional de defesa, a lei Geral de Proteção de Dados, o processo de digitalização que foi acelerado pela pandemia, além da mudança de paradigma na forma de trabalho em muitas empresas. “É um mosaico e a importância é a necessidade que temos de coordenar esses esforços para que esse mosaico fique algo digerível pela sociedade”, concluiu Igor. O webinar foi transmitido ao vivo pelas redes sociais da ABDI .