Em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) inaugurou, oficialmente, nesta terça-feira, 12, o Espaço Indústria na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão.
A solenidade de abertura contou com a presença do presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, o presidente da CNI, Ricardo Alban, o presidente do Instituto Amazônia +21, Marcelo Thomé, o embaixador do Brasil na República do Azerbaijão, Manuel Montenegro, o governador do Pará, Helder Barbalho, o vice-presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Vital do Rêgo Filho, e do diretor-presidente do Sebrae, Décio Lima.
Em sua fala, Cappelli abordou a importância do desenvolvimento da indústria em sintonia com os desafios climáticos e a transição energética. O presidente destacou a Nova Indústria Brasil (NIB) como propulsor da competitividade da indústria brasileira.
“Não há no mundo nenhum registro de país que se desenvolveu e conseguiu distribuir renda, riqueza, sem uma indústria forte. Esse é um desafio do Brasil. Não há outro caminho a não ser fortalecer a indústria brasileira. O Brasil voltou, depois de muitos anos, a ter política industrial. Quem diria que nós teríamos agora, no último trimestre, a indústria puxando a criação de empregos no Brasil?”, indagou.
Segundo o presidente do Instituto Amazônia +21, tanto a COP29 quanto a COP30, que será realizada em Belém (PA), são espaços de discussão que definirão o futuro da humanidade.
“O mundo passa por uma importante transformação. A reorganização das cadeias globais de valor, a digitalização das atividades e o combate ao aquecimento do planeta abrem possibilidades inéditas para a indústria e para a economia brasileira. Não podemos desperdiçar essas oportunidades”, afirmou Thomé.
Já o governador do Pará, Helder Barbalho, ressaltou o papel da iniciativa privada e da indústria no financiamento do combate e a adaptação à crise climática, pautas centrais de discussão desta edição da COP.
“A iniciativa privada que tem financiado casos de sucesso, projetos exitosos. Isso não é diferente do âmbito nacional com a compreensão de que o mundo globalizado lhes exige governança, com sustentabilidade, com práticas ambientalmente corretas e que olhem pelas pessoas. E nisso, particularmente, o Brasil tem se destacado”, disse.
Após a solenidade de abertura, Ricardo Cappelli foi moderador do painel “Adensamento Tecnológico – Renovação de Frota: benefícios e desafios”, promovido pela CNI. Participaram do debate o presidente do Sistema de Transporte, Vander Costa, o primeiro vice-presidente da Anfavea (Scania) e diretor institucional da Scania Lati-America, Gustavo Bonini, o diretor na Transportes Bertolini Ltda, Daniel Bertolini, e o assessor da Área Internacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Leonardo Botelho.
Durante o debate, os painelistas exploraram a importância da renovação de frotas no contexto brasileiro, visando a redução de emissões de poluentes na atmosfera. Também foram discutidos os desafios que precisam ser superados para viabilizar esse processo.
Cappelli citou o Programa Renovar, promovido pelo Governo Federal, em parceria com a ABDI, como exemplo a ser seguido. O programa é focado na renovação de frota e na reciclagem veicular para estabelecer práticas sustentáveis no setor automotivo.
Economia circular
Organizado pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e em parceria com a ABDI, o Pavilhão Brasil foi oficialmente aberto. Na sequência, a diretora de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua Almeida, moderou o painel “Acelerando a Economia Circular e a Descarbonização da Indústria no Brasil”.
Entre as iniciativas da Agência, a diretora apresentou o Recircula Brasil, que terá sua versão 2.0 lançada nesta sexta-feira, 15, no Espaço Indústria, localizado na Green Zone.
Participaram do debate a presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Janaína Donas, o coordenador de Análise de Impacto Social e Ambiental do Ministério da Fazenda, Matias Domingo, o oficial de Políticas para a América Latina e do Caribe da Fundação Ellen MacArthur, Pedro Prata, e o superintendente de energias renováveis da Itaipu, Rogério Meneghetti.
“A transição energética acontece especialmente na indústria, que é onde de fato as mudanças de modelos e de tecnologias estão acontecendo. Por isso é muito importante um painel como este, que aborda a economia circular e a descarbonização da indústria brasileira”, disse Perpétua. “Nós temos aqui experiência direto da indústria e também de quem ajuda a financiar e de quem faz a política pública”, completou.
Em sua fala, o coordenador do Ministério da Fazenda ressaltou a importância do papel da Estratégia Nacional de Economia Circular, lançada este ano pelo Governo Federal, no processo de transição de modelo de produção linear para o circular, que incentiva o uso eficiente de recursos naturais e práticas sustentáveis ao longo da cadeia produtiva.