Como será o futuro das cidades?

Como será o futuro das cidades?

Projeto da ABDI e do Parque Tecnológico de Itaipu demonstra como as tecnologias podem revolucionar a qualidade de vida nos municípios

O que faz de uma cidade uma smart city? Adotar tecnologias 4.0 – como inteligência artificial, eletromobilidade, Internet das Coisas -, de maneira independente, não causa impacto na vida dos municípios. “Há uma diferença importante entre inovar e utilizar tecnologias. As ferramentas devem estar integradas, funcionar para a coletividade e trazer melhorias para a vida das pessoas para, de fato, acontecer a inovação”, explica Tiago Faierstein, líder do projeto Cidades Inteligentes da ABDI. Tiago foi palestrante no painel “Iniciativas que estimulam o ecossistema de cidades inteligentes”, que aconteceu no último dia 24 de julho no Smart City Business Brazil Congress & Expo, em São Paulo. 

O projeto Living Lab, desenvolvido pela ABDI em parceria com o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), foi destaque no painel. O laboratório instalado em Foz do Iguaçu ocupa o espaço que antes eram alojamentos, construídos nas décadas de 1970-1980, para abrigar os operários que construíram a Usina de Itaipu. “É um ambiente controlado, localizado dentro da área da Usina de Itaipu, local que conta com uma movimentação de 7 mil pessoas por dia e recebe cerca de 1.100 visitantes por mês”, explica Faierstein. 

Miguel Matrakas, gerente do Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas (Celtab) do PTI, relata que a ideia é a demonstrar como as tecnologias podem ser utilizadas, na prática, aos gestores públicos. “O Living Lab integra todas as tecnologias existentes no parque, como veículos elétricos, bicicletas compartilhadas, medidores inteligentes, com outras implementadas, como iluminação pública inteligente – com WiFi, câmeras e sensores de tiro – e de monitoramento com uso de drones. Tudo é acompanhado pela Central de Comando e Controle Operacional (CCO)”, diz. Uma frota de veículos movidos a biometano (obtido a partir do lixo) e elétricos também está em circulação no Living Lab, com estações de carregamento e monitorada por uma plataforma digital (software) de mobilidade urbana. 

“Além de uma vitrine para que prefeitos de todo o país possam ver o funcionamento das tecnologias in loco, num ambiente real, com grande circulação de pessoas e veículos, o Living Lab é um grande ambiente de testes, com foco em usabilidade, interoperabilidade e cibersegurança”, complementa Tiago. A intenção do projeto, nesta fase, é a implantação das tecnologias em um município real. A visitação de gestores públicos ao espaço é gratuita e pode ser agendada diretamente na ABDI.