Brasil, Itália, Espanha, Reino Unido, China, Estados Unidos… Diferentes países, diferentes culturas, o mesmo desafio atual: enfrentar e combater o coronavirus. “Esta é a primeira guerra que o mundo inteiro está enfrentando junto e, quanto mais estivermos coordenados, mais colaboramos, mais teremos políticas internacionais que funcionam bem com um e o outro”, declarou Erel Margalit, fundador da JVP – Jerusalém Venture Partnerse realizador do evento Call Wake-up to coronavirus.
Um seminário internacional que reuniu donos de startups, representantes de governos e especialistas em medicina para promover a troca de soluções adotadas em diferentes países. O tema principal – como "Salvar os Sistemas Globais de Saúde" – abordou quatro desafios principais: proteger os hospitais e as equipes médicas de contatarem o vírus; buscar soluções para atender à necessidade de equipamentos médicos, medicamentos e suprimentos alimentares; avançar mecanismos de atendimento remoto e instalações de emergência temporárias criativas.
O presidente de Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, representou o Brasil no debate e traçou um breve cenário da situação no país, destacando três principais desafios. O primeiro, aumentar a capacidade do sistema de saúde. “Atualmente o Brasil tem mais de 65 mil ventiladores mecânicos e mais de 16 mil leitos de UTI só na rede pública de saúde. A média não é baixa, mas a disponibilidades desses leitos no território é bem desigual”, disse. Ele destacou ainda que fabricantes nacionais da área de saúde se esforçam para aumentar sua capacidade de produção e para “convergir indústria e startups para aliviar a pressão”.
O segundo desafio brasileiro, na avaliação de Igor Calvet, é unificar o país num movimento único. “Cada estado tem responsabilidade pelo seu sistema de saúde local. Existem ainda mais de 5 mil municípios no país. É realmente um enorme esforço coordenado” disse. Finalmente, de acordo com o presidente da ABDI, o desafio é encontrar soluções para prevenção, rastreamento e monitoramento das pessoas nas comunidades mais pobres. Ele explicou que no Brasil a desigualdade de renda é alta e, em áreas carentes, famílias inteiras moram em locais muito pequenos, juntando em um só espaço crianças e idosos.
Igor destacou que a ABDI vai lançar, em breve, um edital, incentivando e chamando startups para encontrar soluções para aliviar os impactos econômicos e sociais nas favelas. “A geração de renda foi severamente impactada no Brasil”, ressaltou. “Também podemos ajudar com nossas soluções. Precisamos de novas soluções para superar os problemas existentes e também os futuros”, concluiu.
Em cada relato dos participantes do seminário, um discurso em comum: a crise não é só social ou de saúde, mas econômica. É preciso estar conectado e trabalhar juntos para ter sucesso e superar os desafios médico e social. “O isolamento total completou um mês e está funcionando. É encorajador. O que vemos agora é que é preciso colocar inovação e políticas juntas para descobrir como recomeçar”, disse Mattia Mor, Membro do Parlamento Italiano (Italia Viva) e Empreendedor de Milão.
Da Espanha, o Secretário Geral da Indústria e PME, do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, Raül Blanco Díaz, declarou: “precisamos da indústria nacional, da indústria europeia e de todo o mundo. Não podemos enfrentar essa situação somente com financiamento público ou privado”.
Para Elhanan Bar-On, Diretor do Centro Israel de Medicina de Desastres e Resposta Humanitária no Sheba Medical Center – Israel, um dos grandes desafios é preservar também os profissionais de saúde. “Nosso maior desafio é diagnosticar pacientes de corona e proteger o staff, e, acima de tudo, assegurar que a operação do centro médico continue”, relatou.
De todo o mundo, as experiências vão sendo compartilhadas e é assim que os países estão aprendendo a conhecer e enfrentar o coronavírus. “Vocês estão na linha de frente com as soluções. Estejam abertos aos erros de alguns e nunca é tarde para agir”, concluiu o mediador do seminário Erel Margalit.