Do parafuso ao carro: como o conceito 4.0 está presente na indústria automotiva

Do parafuso ao carro: como o conceito 4.0 está presente na indústria automotiva

ABDI participou de capacitação da Amcham Brasil, em Belo Horizonte, Minas Gerais, sobre a Indústria 4.0

Nesta quinta-feira (18), a Câmara Americana de Comércio (Amcham) promoveu o PACE – Programa de Capacitação Empresarial sobre a Quarta Revolução Industrial -, voltado a empreendedores e executivos. Num primeiro momento, com palestras e exibições e, depois, com uma visita à fábrica da FCA – Fiat Chrysler Automobile. A ABDI aproveitou a oportunidade para divulgar os programas da Agência e a Agenda 4.0, voltada para o segmento.

O analista de desenvolvimento produtivo Valdênio Araújo destacou, durante a palestra, que a Indústria 4.0 vai além das tecnologias. “As pessoas estão focadas na questão tecnológica. Eles têm que pensar na empresa como um todo, estudar o histórico, ver os pontos fortes e fracos, planificar e depois digitalizar”, alertou.

O sócio da PWC Rodrigo Damiano mostrou dados sobre os chamados ‘digital champions’, empresas que trabalham fortemente com a Indústria 4.0. O segmento mais tecnológico é o setor automotivo, com 20% de companhias neste patamar. “Mais de 50% das suas receitas vêm de serviços puramente digitais ou digitalmente aprimorados”, pontuou.

Para exemplificar, Maurício Mazza, CIO da Mercedes Benz, expôs o esforço da marca para aprimorar a sua produção. “O primeiro passo foi reconhecer que precisávamos inovar. Antes, tínhamos muitas tecnologias para vários tipos de serviços. Demorávamos cerca de três meses para implementar alguma coisa nova. Agora, com a unificação dos sistemas, o período reduziu para uma semana”, disse ele.

Mazza alerta, no entanto, sobre a importância de se planejar essa digitalização. “O primeiro passo sempre é a estabilidade da operação. Precisa manter o ‘leitinho das crianças todo mês’, depois inserir, gradualmente, o processo de inovação”, brincou.

Após o almoço, o grupo seguiu para a fábrica da Fiat Chrysler Automobile, em Betim, Minas. O espaço, que tem mais de 2 milhões de m2, conta com uma planta fabril para a produção de motores com as tecnologias 4.0. O supervisor de umas das linhas de montagem Natan Rodrigues deu um exemplo de como as novas tecnologias são importantes. “Cada peça que passa por aqui é registrada e vai para a nuvem. Assim, se tivermos qualquer problema na ponta, nosso serviço de rastreabilidade consegue recuperar cada detalhe da produção”, disse.

Entretanto, em meio a um mar de máquinas e peças, o supervisor de WCM da Fiat, Rodrigo Vieira, reforçou que a preocupação da empresa é com as pessoas. “Não existe transformação digital se não existir a mudança de mindset das pessoas. Então, ao invés de desenvolver a tecnologia a qualquer custo, nossa preocupação é que os colaboradores acompanhem essa mudança”, alertou.

Por fim, os convidados conheceram o laboratório de inovação da montadora italiana, que está testando aplicações com realidade aumentada, reconhecimento facial, internet das coisas, impressão 3D e estudos energéticos.