Passado o impacto e a surpresa do resultado, é hora de colocar o bloco na rua e começar a trabalhar. Nesta quarta-feira, 24/6, representantes das startups participaram de um encontro virtual com o presidente Igor Calvet, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e coordenadores do programa, lançado para atender e minimizar os impactos da pandemia junto a comunidades em vulnerabilidade.
Igor deu as boas-vindas às quatro startups selecionadas e destacou a importância do trabalho que será desenvolvido. “Desejo que todos tenham muito sucesso e saibam que o sucesso vai ser, sobretudo do Brasil, na aplicação das soluções que vocês vão trazer”, afirmou. As startups foram selecionadas entre 160 inscritos e 52 habilitadas.
O encontro virtual contou com a presença da coordenadora do projeto na ABDI, Lanna Dioum, e da assessora especial da ABDI Marcela Carvalho. Lanna ressaltou o alto nível das soluções apresentadas. “Tivemos na banca avaliadores de alta representatividade para o Brasil, na ciência, negócios, inovação e economia. A nota de corte foi altíssima, e o mais interessante é que os quatro projetos selecionados se conectam e são complementares”, comemorou. Nesse primeiro encontro, os representantes das startups apresentaram seus projetos vencedores e falaram de suas expectativas em relação à parceria com a ABDI.
As vencedoras
A empresa Neoprospecta Pesquisa e Consultoria S.A. ficou em primeiro lugar com o projeto de diagnóstico em massa focado na triagem de assintomáticos em estágio inicial. A ideia é fornecer uma plataforma de triagem populacional em massa voltado para a Covid-19 em indústrias, serviços essenciais e áreas carentes com alta densidade demográfica. De acordo com o CEO da startup Luiz Felipe Valter de Oliveira, a estratégia é levar tecnologia que permita identificar o vírus inclusive nos municípios mais remotos do Brasil. “A parceria com a ABDI vai permitir atingir essas comunidades distantes dos grandes centros. Pretendemos utilizar os recursos para levar tecnologia de forma capilarizada para essas regiões”, afirmou.
Rafaela Covello, chefe de engenharia e pesquisas da Salvus Tecnologia Ltda, detalhou seu projeto de sistema inteligente de atenção básica inicial com o foco em monitoramento remoto. A empresa está construindo uma plataforma digital, de baixo custo, multissensorial, para acompanhamento da população e do paciente com coronavírus com mensuração dos sinais fisiológicos. “Com a parceria da ABDI, a gente pretende acelerar esse desenvolvimento para disponibilizar para o público mais rápido do que imaginávamos”, declarou.
A startup MedRoom desenvolve treinamento para a área da saúde com realidade virtual e aumentada. De acordo com o CEO da empresa, Vinícius Gusmão, a proposta é usar tecnologias imersivas para aproximar o usuário à experiência real. Ele explicou que os treinamentos a distância deixam a desejar para quem precisa da prática de ambientação e a sua proposta é solucionar isso. “A Covid-19 é uma doença nova, os procedimentos mudam o tempo todo. Temos o desafio de atualizar o material para treinar as equipes o mais rápido possível. A parceria com a ABDI vai ajudar a colocar esse treinamento nos hospitais e escalar para todo o país”, analisou.
Georreferenciamento e mapeamento das condições de vulnerabilidade e risco social das famílias dos municípios foi o foco da empresa Portabilis Tecnologia Ltda EPP. De acordo com o fundador da startup, Tiago Faveri, o Portabilis SAS facilita a identificação de indícios ou confirmações da Covid-19 em membros das famílias vulneráveis atendidas pela Assistência Social. A partir dos recursos de georreferência, é possível desenvolver a vigilância socioterritorial, utilizando mapas integrados ao Google Maps. “Nossa proposta é fornecer essa assistência social aos municípios que precisam, e a parceria com a ABDI vai nos ajudar a melhorar a arquitetura do produto para favorecer a escalabilidade e desenvolver um projeto de abertura de dados”, explicou.
Próximas Etapas
As próximas etapas do Startup Comunidades é começar a trabalhar para que as soluções possam chegar à ponta, beneficiando comunidades em vulnerabilidade. De acordo com o edital, “o desafio é de implementação em um mês, com entrega de protótipo. Algo tem que estar rodando em trinta dias”, desafiou Lanna.