Empreendedores, empresas, startups e entidades de apoio estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira (13), na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), para participar do Laboratório de Modelagem do programa Conexão Startup Brasil, fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Softex e o CNPq.
A ideia do Laboratório é validar as premissas do edital do programa, a partir da discussão e do debate com os principais atores do ecossistema de inovação que estarão envolvidos e poderão se beneficiar do programa. "O Conexão Startup Brasil é uma verdadeira concertação de atores. Surgiu da expertise adquirida pela ABDI, a partir da jornada do Conexão Startup Indústria, e da experiência do StartUp Brasil, coordenado pelo MCTIC. Ao unirmos essas pontas, conseguimos fazer um arranjo muito mais forte, mais capilarizado e mais assertivo junto ao ecossistema", explicou o coordenador de Inovação e Indústria de Alto Impacto da ABDI, Rodrigo Rodrigues.
No primeiro dia de debates do Laboratório de Modelagem, mais de 40 participantes participaram de dinâmicas, apresentaram suas experiências com Early Stage (contato com empreendedores em estágio inicial, antes de criarem startup), abordaram as principais dores, desafios e oportunidades em seus negócios. “A empresa deve estar preparada para lidar com a cultura das startups, o tempo e os processos totalmente distintos das empresas”, apontou o coordenador de Empreendedorismo Tecnológico da Embraer, Rodrigo Carlana.
Dentre os principais temas elencados estão o acesso ao investimento em inovação em fase inicial, o foco na digitalização dos processos, o distanciamento entre uma pesquisa acadêmica e o setor produtivo, as inseguranças sobre a propriedade intelectual da solução, maior transparência e alinhamento entre expectativa e realidade da empresa, entre outros.
Para Sérgio Risola, CEO do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), uma incubadora da Universidade de São Paulo (USP), é muito importante uma maior aproximação entre os Institutos de Ciência e Tecnologia, os pesquisadores e o mercado. "A academia é genial ao criar a tecnologia. Mas precisa do mercado para testar sua viabilidade e para agregar valor”, sinalizou.
Para o CEO da startup Forsee, Marcio Mariano Junior, o Conexão Startup Brasil chega em boa hora. "Essa conexão é muito positiva, pois abrevia a jornada do empreendedor ao inseri-lo em um ambiente onde todos os principais atores estão acessíveis. Ele tem acesso ao mercado, troca de experiências, tem acesso a novas oportunidades mais direcionadas ao seu negócio", sinalizou o empreendedor, que também integra o Conselho Diretivo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups).
Conexão Startup Brasil
Lançado em novembro de 2019, o programa Conexão Startup Brasil tem o objetivo de apoiar equipes empreendedoras e startups em estágios bem iniciais com ideias de soluções para demandas reais de mercado. É uma ação integrada de ideação, conexão, mentoria e investimento. Os participantes receberão capacitação para melhorar seus produtos e podem receber até R$ 200 mil em investimentos seed.
De acordo com o coordenador de Empreendedorismo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Leonardo Freitas, o Conexão Startup Brasil contribui para a disseminação da cultura empreendedora no Brasil. "O MCTIC se aliou à ABDI e a outros grandes players com o objetivo de montar uma estratégia única e bastante clara para promoção da inovação no país. É um programa que, sem dúvida, vai aumentar a densidade das startups, de uma forma orgânica e consolidada", ressaltou Freitas.
A analista em Inovação da ABDI, Isabela Gaya, responsável pela condução dos trabalhos, fez um balanço bastante positivo do primeiro dia do laboratório. "Foi um momento muito rico, onde mais ouvimos do que falamos. E nossa intenção é validar e calibrar todo esse feedback das empresas, startups, entidades de apoio, acadêmicos e cientistas, para que possamos construir um programa ainda mais alinhado com o ecossistema de inovação brasileiro". Também esteve à frente dos trabalhos do Laboratório a coordenadora de Empreendedorismo da Softex, Rayane Nunes.
Na quinta-feira (14), das 9h às 13h, na sede da Fiesp, as entidades de apoio, aceleradoras, incubadoras e fundos de investimentos participam do segundo dia do Laboratório de Modelagem do Programa Conexão Startup Brasil.
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