Estados e municípios discutem Cidades Inteligentes

Estados e municípios discutem Cidades Inteligentes

Secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação de 14 localidades se reuniram no último dia do Smart City Business Brazil Congress & Expo

As cidades inteligentes são realidade por todo mundo e suscitam questões importantes para sua implementação por parte dos gestores públicos. Para apresentar as iniciativas em curso e promover o debate sobre os percalços enfrentados por governos locais, treze secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação, estaduais e municipais, se reuniram sob a coordenação do líder do projeto Cidades Inteligentes da ABDI, Tiago Faierstein, no último dia do Smart City Business Brazil Congress & Expo, em São Paulo. 

A burocracia e a insegurança jurídica foram apontadas como fatores de adiamento de implementação de tecnologias. Entre as dificuldades relatadas pelos secretários, é comum a observação de que os Tribunais de Contas municipais e estaduais não acompanham a velocidade das tecnologias, aplicando processos analógicos, conflitantes, de fiscalização e controle. Também a legislação merece destaque no contexto das Cidades Inteligentes. A ausência de planos diretores de tecnologia que permitam uma radiografia e o entendimento da real situação do município cria barreiras para o avanço das iniciativas. 

O big data é outro fator importante para a transformação das cidades. Além do desafio de abrir dados e protegê-los, o tratamento das informações merece investimento dos governos, em tecnologia e capacitação de servidores para operá-los. 

Tiago Faierstein lembrou aos secretários que há recursos disponíveis em órgãos de fomento e financiamento, e o que falta, muitas vezes, são bons projetos. “É comum ouvirmos que a demora na concessão de recursos desestimula a busca. Mas o que vemos, na prática, são projetos que exigem várias adaptações para se tornarem elegíveis, e isso demanda muito tempo mesmo.” Além disso, a aproximação de estados e municípios com agências desenvolvedoras e fóruns de discussão, como o Inova Cidade, da Frente Nacional de Prefeitos, é importante para o mapeamento de oportunidades. “Muitas iniciativas estão sendo realizadas. É preciso estar atentos para levar ações para seus municípios.”

O diálogo conjunto e estruturado com os Tribunais de Contas e com os poderes Legislativos locais é um passo muito importante para avançar na implementação das tecnologias disruptivas. “Assim como o incentivo a startups. Em alguns casos, há a opção pela instituição de sandbox (ambiente que permite a experimentação de tecnologias para oferecer produtos e serviços ao público, por um período limitado, sem as restrições impostas pela regulamentação vigente)”, recomenda Faierstein.

Participaram da mesa a secretária de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Cristina Engel de Alvarez; o presidente da Prodabel – Belo Horizonte, Leandro Garcia; o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Juazeiro do Norte/CE, Michel Oliveira Araújo; o secretário de Desenvolvimento Científico, Econômico, Tecnológico e Inovação de Guarulhos/SP, William Cotrim Paneque; o secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico de São José dos Campos/SP, Alberto Alves Marques Filho; a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Recife/PE, Giulia Calheiros; o secretário de Desenvolvimento e Geração de Empregos de Santo André/SP, Evandro Banzato; o secretário de Gestão de Salvador/BA, Thiago Dantas; o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luís da Cunha Lamb; o secretário do Centro de Inovação e Tecnologia de Baruaeri/SP, Jonatas Randal; o presidente da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Cascavel/PR, Alcione Tadeu Gomes; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campina Grande/PB, Lucas Ribeiro Novais de Araújo; a secretária em exercício de Inovação e Tecnologia de São Paulo/SP, Marianna Sampaio; e o vice-presidente de Pesquisas do Smart City Business América, Apolinário Rebelo Figueiredo.