A Think Drone promete revolucionar o processo de monitoramento e vistoria de grandes edificações. “Vamos automatizar um sistema que é completamente manual e dinamizar uma produção gigantesca”, destaca Matheus Sarmento, estudante da Universidade de Brasília, que, juntamente com Gabriel Campos, analista de sistemas, e André Luiz Lopes, profissional de Educação Física, conquistou o primeiro lugar da Hacking Drones.
Além de fotografar as instalações, o software produzido pela equipe será capaz de analisar sozinho mudanças significativas na estrutura, como rachaduras, por exemplo. “Hoje você precisa de três pessoas para fazer esse serviço. Um que tira as fotos, outro que faz a análise e o terceiro que assina a vistoria. Com a utilização do drone interligado ao software, você precisa apenas validar e assinar o documento que ele produzir. Ele fotografa e analisa sozinho”, explicou Matheus.
Durante a apresentação, os participantes destacaram que a vistoria de prédios antigos é problema enfrentado por vários estados brasileiros e a solução promete dinamizar esse processo. “Segundo o G1, 133 edifícios precisam de vistoria no Recife. Temos o exemplo da barragem de Mariana. O viaduto em Brasília. Esse processo poderia ser simplificado com a utilização de drones”, disse Gabriel Campos.
A consultora técnica da ABDI, Ana Luisa Nogueira, festejou o resultado do evento. “O ambiente da Agência já é inovador e trouxe uma proposta ainda mais inovadora. Foi um desafio e tanto e todos nós ganhamos muito com isso. Estamos satisfeitos com o resultado final”, destacou Ana, abrindo a possibilidade de novas edições. “Nós já temos outra hackathon marcada em São Paulo, em parceria com a Drone Show, e queremos ainda mais edições, focando em temas específicos, como agricultura, segurança e etc.”, concluiu.
O evento foi organizado pela ABDI, em parceria com a NONG. O CEO da empresa que atua na área da agricultura, Gabriel do Nascimento, comemorou os resultados obtidos na hackathon. “Em 30 horas eu já posso dizer que essa galera está preparada para sair daqui e abrir uma empresa competitiva no setor de drones”, enfatizou.
Mais que uma hackathon
Na abertura da premiação, o coordenador de Inovação da ABDI, Rodrigo Rodrigues, afirmou que a maratona hacker se trata da primeira etapa de um ciclo maior projetado pela Agência. “Vocês estão nos ajudando a fazer política pública. Identificamos esse gap entre startup e indústria e queremos fortalecer essa conexão”, disse.
Além de drones, Rodrigo destacou que existem outras frentes importantes na inovação. “Hoje concluiremos uma hackathon de drones e daqui duas semanas teremos uma sobre eletromobilidade. Sempre pensando em como as soluções inovadoras podem auxiliar nos problemas enfrentados pela indústria”, finalizou.
Vitória da praticidade
O coordenador de TI da ABDI, Cláudio Nadai, e o consultor técnico da área, Alexandre Venâncio, participaram do júri e destacaram que, apesar das ótimas ideias apresentadas, venceu a empresa que cumpriu o que se espera de uma hackathon. “Todas as propostas são incríveis, mas a Drone Think foi a única que construiu um MVP e provou que era possível levar em frente o negócio idealizado por eles”, enfatizou Alexandre.
Nadai destacou a importância social das soluções apresentadas. “O mais interessante disso é ver que todas as equipes pensaram em propostas que visam, acima de tudo, entregar algo de inovador para a população em cada uma das áreas”, finalizou.
O Hacking Drones aconteceu entre os dias 31 de agosto a 2 de setembro, na sede da ABDI, em parceria com a NONG – agricultura de precisão. O segundo lugar ficou com a Drone Flare, solução voltada para a manutenção de flares – chaminés que controlam a emissão de gases das petrolíferas. Em terceiro lugar, completando o pódio, ficou a Skylog, proposta para a entrega de medicamentos em áreas remotas.
