Indústria química é tema de audiência na Câmara dos Deputados

Indústria química é tema de audiência na Câmara dos Deputados

No encontro com parlamentares, Rogério Araújo, gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG da ABDI, apontou caminhos para avanço do setor no cenário internacional

O gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Rogério de Araújo (foto), participou nessa terça-feira, 20/5, de uma audiência pública sobre o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq) promovido pelas comissões de Indústria, Comércio e de Serviços e de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 892/25, em análise na Casa, tem por objetivo modernizar e seguir descarbonizando o setor químico no Brasil, um dos mais sustentáveis do mundo.         

Em referência à necessidade de ampliação da competitividade do setor, Rogério Araújo destacou aos parlamentares a importância de a indústria nacional encontrar oportunidades de avanço no cenário internacional com a superação de barreiras não tarifárias aplicadas por outros países.

“Qual é a oportunidade? É a rota verde, é a rota sustentável. E como que a gente vai conseguir isso? A gente tem que combinar instrumentos de políticas públicas juntamente com ações da iniciativa privada que calibrem esses instrumentos para estimular o desenvolvimento do setor químico”, explicou, referindo-se a trabalhos já em curso na ABDI em meio a diálogos com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

O gerente da ABDI recorreu a dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) para dimensionar as medidas de defesa do setor químico impostas por países desenvolvidos nos últimos anos: de 2018 aos dias atuais, Estados Unidos e Europa aplicaram mais de 2.300 medidas de barreiras não tarifárias voltadas à proteção de suas indústrias químicas, muitas delas conectadas à sustentabilidade.

A corrida química verde global é, portanto, uma oportunidade para a indústria nacional ampliar negócios no mercado internacional. “Tem toda uma química tradicional, um investimento pesado realizado há anos, em que a gente tem que fazer essa combinação”, prosseguiu Araújo.

Segundo o gerente da ABDI, a ideia é capacitar as empresas nacionais a se adequarem às regulações surgidas com foco na sustentabilidade.

“Então, a gente vai desenvolver uma série de ações que envolve o mapeamento do setor, um diagnóstico mais preciso do que são essas barreiras não tarifárias aplicadas pelos países desenvolvidos que podem afetar a nossa competitividade”.

Impacto na economia  

A indústria química brasileira é relevante não só por sua dimensão – é a sexta maior do mundo –, mas também por seu impacto na economia. De acordo com dados da Abiquim, o setor emprega mais de 2 milhões de pessoas, direta e indiretamente, com o dobro da média salarial da indústria de transformação nacional. Representa, também, 11% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera R$ 30 bilhões em tributos.

Também participaram da audiência na Câmara o diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediários do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Leonardo Durans; a gerente de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Samantha Ferreira e Cunha; o presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro; o gerente-executivo de Integração de Negócios e Participações da Petrobras, Fábio Lopes de Azevedo; e o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Gala.