Algumas cidades brasileiras se movem para incorporar as tecnologias digitais e assim melhorar os serviços, a qualidade de vida das pessoas e promover iniciativas sustentáveis. Inovações como Internet das Coisas, Big Data e Inteligência Artificial vão alterar o modo de vida urbano. Brasília passou a contar com uma iniciativa na direção das chamadas Cidades Inteligentes com o compartilhamento de veículos elétricos na frota pública.
Em audiência na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (28), o presidente da ABDI, Igor Calvet, destacou a importância do projeto Vem DF, uma parceria entre a Agência, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) e o Governo do Distrito Federal. “No mundo há uma corrida tecnológica na indústria automotiva que aponta para três tendências. Os carros compartilhados, hoje a propriedade não é mais tão ambicionada, a segunda tendência são as novas formas de propulsão de veículos, dentre elas a elétrica, e a terceira grande tendência é o uso de veículos autônomos. E neste projeto, trabalhamos com duas destas tendências, carros elétricos e compartilhados”, apontou Calvet.
O Vem DF conta com 16 carros elétricos do modelo Twizy, da marca Renault, cedidos pela ABDI em forma de comodato para o governo local. Eles contam com uma tecnologia embarcada, o software MoVe, desenvolvido pelo PTI para o compartilhamento dos veículos. Ainda serão instalados 35 eletropostos (pontos de recarga) de uso coletivo.
Igor Calvet destacou as vantagens da eletromobilidade, como redução de custos, baixo gasto de energia e menor impacto ambiental. “O consumo de um veículo elétrico é equivalente ao de um ar condicionado residencial. O que demonstra que o custo de energia por veículo é pequeno, principalmente se compararmos ao custo energético na propulsão de veículos a combustão”.
De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), apenas 0,03% da frota brasileira é de veículos elétricos ou híbridos, o que corresponde a dez mil carros. Em comparação a 3,1 milhões que circulam no mundo. A Noruega chega a ter 6,4% de sua frota composta por elétricos.
“Há alguns anos estive na China e pude conversar com a minha contraparte no governo chinês e ele disse que em 2022 eles produziriam algo em torno de três milhões de veículos elétricos. Isso representa a capacidade total do nosso parque produtivo, não só de elétricos. Portanto, é muito importante este movimento que estamos realizando”, disse Calvet.
Certificação
Brasília recebeu, também nesta quinta-feira, o I Fórum Nacional para Certificação de Cidades Inteligente. O objetivo é apresentar o processo de certificação ISO 37120 e levar conhecimento para gestores municipais. “A certificação é importante para medir e monitorar os serviços públicos dos municípios”, explica Vandete Mendonça, da coordenação de Difusão Tecnológica da ABDI. Ela mediou o painel “Tecnologias aplicadas às Cidades Inteligentes”, durante o Fórum.
A ABDI e o PTI tem um convênio para manter um Laboratório Vivo, espaço para demonstração e avaliação de soluções tecnológicas para as Cidades Inteligentes, em Foz do Iguaçu (PR). No espaço, coabitam empresas, universidades e centros de pesquisa, com uma movimentação diária de nove mil pessoas e 1,5 mil veículos.