A analista de Produtividade e Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Lanna Dioum, da Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT), foi um dos destaques da programação do Innova Summit na tarde dessa quinta-feira (22/6), último dia do evento que aconteceu desde o dia 20 no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Dioum ocupou o Palco Inovação, onde ministrou palestra sobre Open Innovation, um dos temas-chave do encontro.
Denominada “Inovação Aberta: Adopt or Die!”, a apresentação da analista da ABDI traçou um panorama da evolução tecnológica, do primeiro transistor a avanços atuais, como o ChatGPT. “Tem a inovação que todo mundo utiliza em seu cotidiano” – disse, remetendo-se a ações como pintar uma parede com uma nova cor – “e tem inovação com i maiúsculo, que é a inovação que usa ciência e tecnologia para resolver problemas. É essa inovação que a gente quer”.
Lanna destacou que inventar não é o mesmo que inovar, ato que envolve comercialização, clientes, mercados e recursos financeiros. Citou, então, o caso do primeiro transistor, desenvolvido nos Estados Unidos pela Bell Labs, em 1947. “Uma pequena fábrica no Japão desafiou o mundo, copiou o transistor e fez a primeira inovação utilizando o transistor”, lembrou, referindo-se ao rádio TR-55, da Sony, fabricado dez anos depois de a tecnologia ser criada. “Inovação tem que resolver um problema, tem que impactar quem tinha aquele problema, tem que ser medida, para se saber se houve impacto, e tem que ser adotada”, explicou.
Open Innovation
Paralelamente aos avanços tecnológicos, o enfraquecimento dos modelos de inovação fechados adotados por grandes empresas e o crescimento das pesquisas e desenvolvimento nas pequenas, ocorridos no início do século XXI, foram lembrados pela analista da ABDI como marco no uso dos termos startup e open innovation – este último, cunhado por Henry Chesbrough. “Essa cascata de conhecimento, de descobertas de tecnologia, não dá mais para uma empresa só resolver os problemas. É muita coisa, é preciso um novo modelo de atuação”, disse. “Nesse novo modelo, o mundo passa a ser o laboratório”.
Ao revisar o conceito de Open Innovation, definido como modelo distribuído que envolve a gestão proposital de fluxos de conhecimento, de fora para dentro e de dentro para fora, com objetivos comerciais ou não alinhados ao modelo de negócios da empresa, Lanna destacou a necessidade de o resultado chegar ao usuário final. “Pode ser filantropia, por ser via alguma fundação, mas tem que chegar a quem se destina a solução de um problema.”
A analista da ABDI apontou inovação como um território a ser explorado. “É um grande mapa exploratório no qual as empresas precisam descobrir qual estratégia de inovação pretendem adotar, se querem reforçar suas relações, explorar um novo mercado ou fazer um produto, um serviço completamente novo”, disse, lembrando o papel da ABDI em seu fomento a iniciativas inovadoras surgidas de novos modelos de negócios.
Estande
A participação da ABDI no Innova Summit prosseguiu até o encerramento do evento, à noite, por meio de interações em seu estande. Nele, o robô Data e especialistas da Agência convidaram os 30 mil inscritos e as cerca de 140 startups expositoras a conhecerem três de seus programas transformadores: o Jornada Digital, o CPIN (Compras Públicas para Inovação) e o VIAS (Vetor de Inovação Aberta com Startups).