Lançado em maio deste ano, o concurso de inovação “Desafio Saneamento do Futuro: rios sem plásticos” superou a expectativa com o número de inscrições. Ao todo, 84 startups participaram da seleção do concurso de soluções inovadoras que incorporem tecnologias digitais e contribuam para diminuir a quantidade de plástico nos lagos, rios e mares brasileiros.
O concurso composto por dois editais é fruto de uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Nesta primeira fase, a ANA selecionou 40 empresas para apresentarem seus protótipos, sendo 26 propostas na categoria social, 10 em gestão pública e quatro na categoria de indústria. Apenas nove soluções, no estágio de protótipo, serão escolhidas. E segundo o edital, o resultado preliminar será divulgado no dia 21 de setembro.
Na segunda fase do concurso, a ABDI selecionará três projetos, entre os nove vencedores da primeira fase, com o objetivo de aumentar a escala e estimular o lançamento no mercado dessas soluções validadas ao longo das etapas do edital da ANA.
“O balanço da procura pelo edital é muito positivo. Queremos encontrar soluções que estão no mercado e que possam reduzir o plástico nos rios e mares. Queremos mudar processo dentro da indústria, mudar processo na gestão pública e na cultura da sociedade”, disse Bruna de Castro, analista de produtividade e inovação da ABDI.
As melhores soluções para reduzir o plástico nas águas brasileiras poderão ser premiadas com até R$ 440.000,00, considerando a participação nos dois editais.
Confira aqui a lista das 40 propostas homologadas.
Problema global
Mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas por ano no mundo, sendo que apenas 14% são reciclados e 40% são jogados em rios e mares. Os dados são do estudo Plastic pollution: Pathways to net zero do banco Credit Suisse.
Segundo estudo encomendado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil, estima-se que 3,4 milhões de toneladas de plástico ao ano pode ir parar nos rios e mares brasileiros. Isto equivale a 33% de todo o plástico que entra no mercado brasileiro.
Atenta à sustentabilidade, a ABDI acredita que por meio da tecnologia e inovação é possível diminuir o problema do descarte de resíduos nas águas brasileiras.
“A ABDI tem esse olhar crítico sobre inovação e sobre o que tem potencial de mercado. A ideia é que quando chegarem na fase da ABDI, essas ideias virem produtos, negócios, notas ficais”, finalizou a analista.