Metodologia BIM pode ser usada no programa “Minha Casa, Minha Vida”

Metodologia BIM pode ser usada no programa “Minha Casa, Minha Vida”

ABDI e Ministério do Desenvolvimento Regional se reúnem para discutir adoção da tecnologia de construção inteligente para obras públicas

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério de Desenvolvimento Regional deram mais um passo para a aplicação da metodologia BIM em programas como “Minha Casa, Minha Vida”, executado pela Caixa Econômica Federal. O presidente da Agência, Guto Ferreira, o diretor de produção habitacional do Ministério, André Martins, e as equipes técnicas das duas instituições se reuniram nesta sexta-feira (12) para alinhar estratégias.

“A gente tem uma diretriz no Ministério de implantar o BIM para o Minha Casa, Minha Vida. Acredito que de fato é uma metodologia que vai contribuir para a gente ganhar escala, qualidade, transparência no nosso programa”, destacou André Martins.

O Building Information Modelling, em inglês, pode ser usado para o planejamento mais eficiente de qualquer tipo de construção e reduz cerca de 10% dos custos totais das obras. A ABDI trabalha para difusão do uso da metodologia pelo país e lançou a plataforma BIM BR, que hospeda uma Biblioteca Nacional com o intuito de que ela se torne referência para o acesso aos objetos do BIM.

“É importante que o Governo Federal possa ter uma plataforma para criar um parâmetro para a aplicação dos recursos, inclusive, exigindo o uso da metodologia nas licitações de obras públicas. A ABDI quer difundir o BIM e mostrar que dá para reduzir custos e desperdícios”, ressalta Guto Ferreira.

A estimativa é que o mercado global de BIM alcance 10 bilhões de dólares até 2022, segundo a Zion Market Research. Na América do Sul, Brasil e Chile são os países em estágio mais avançado de aplicação da metodologia. Mesmo assim, uma sondagem realizada pelo Sinaenco (Sindicato das empresas de arquitetura e engenharia consultiva) em abril, com 36 empresas do setor, mostrou que apenas 8% delas usavam a metodologia em 100% de seus projetos ou obras. A maioria, 34%, está em estágio inicial de uso do BIM.

Uma iniciativa da ABDI para difundir este conhecimento são os seminários de Disseminação do BIM, que nesta quinta-feira (11) teve a sua segunda edição realizada durante a Feicon Batimat, em São Paulo. “De ontem para hoje, tivemos um pico de downloads na plataforma BIM. Até o início do mês estávamos com seis mil, agora estamos com mais de 20,5 mil, de 900 cadastros, passamos para mais de dois mil”, destacou Talita Daher, coordenadora de Difusão Tecnológica da ABDI.

A adoção da metodologia otimiza o orçamento e o alinhamento entre áreas como fundação, estrutura, instalações hidráulicas, elétricas, assim como a definição e aquisição de materiais. A metodologia reduz erros e riscos, induz o cumprimento de prazos e oferece maior confiabilidade aos projetos, com um controle preciso das obras, maior produtividade e economia de recursos.

A Plataforma BIM foi lançada em novembro de 2018. A cadeia produtiva da construção civil – que engloba mais de 250 setores – pode consultar, pesquisar e fazer o upload ou download de objetos BIM na plataforma digital e na biblioteca disponibilizada pela ABDI.