O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, foi um dos painelistas do primeiro dia de debates da Conferência Anpei de Inovação 2024, realizado nessa quarta-feira, 21/08, em São Paulo (SP). No Painel “NIB: O Caminho para a Nova Indústria Brasil”, Cappelli tratou das métricas que a ABDI desenvolve para avaliar a eficácia da política industrial e seus impactos na economia brasileira.
O presidente da Agência dimensionou o trabalho da ABDI citando algumas das iniciativas da política industrial implementada pelo Governo Federal desde o início da atual gestão, em 2023. Brasil Mais Produtivo, Mobilidade Verde e Inovação (Mover), Depreciação Acelerada e políticas tarifárias voltadas ao Comércio Exterior, como as aplicadas ao aço brasileiro, foram algumas das ações mencionadas por Cappelli que se encontram sob o radar da ABDI.
“Temos agentes financeiros públicos, políticas que envolvem o Ministério da Fazenda, a Secretaria de Comércio Exterior e a CAMEX… então, é um conjunto de políticas que compõem a Nova Indústria Brasil”, explicou. “O que a gente está começando a construir na Agência é, primeiro, colher todos esses dados, porque eles estão em vários órgãos, em vários ministérios, em vários bancos, em várias agências, para que a gente possa, a partir da integração deles, começar a desenvolver uma visão sistêmica do conjunto da política industrial para, então, validá-la”.
Cappelli destacou, também, a aproximação da ABDI com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o compartilhamento de dados do setor produtivo. A expectativa é que o volume de informações compartilhado amplie a visão da Agência sobre o setor em auxílio à criação, pela ABDI, de um observatório permanente da indústria brasileira.
O painel foi a oportunidade de o presidente da ABDI também destacar a importância de investimentos em pesquisa e desenvolvimento pela iniciativa privada e por universidades e os obstáculos impostos à destinação de recursos em P&D pelo alto custo do financiamento bancário no país.
A aproximação entre as duas esferas, privada e acadêmica, foi igualmente lembrada. “A gente precisa colocar o debate na mesa para ter uma relação muito mais próxima entre o setor produtivo e a universidade, entre a produção de paper e o registro de patente, entre a produção de paper e a emissão de nota fiscal”, completou.
Também participaram do painel “NIB: O Caminho para a Nova Indústria Brasil” o presidente da Financiadora de Estudos e Pesquisas (Finep), Celso Pancera; o presidente do Conselho de Administração da organizadora do encontro, a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Daniel Moczydlower; o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Rafael Cagnin; e o Superintendente da Área de Desenvolvimento Produtivo e Inovação no BNDES, João Pieroni.
Foto: Nuno Henrique