Este ano, o Dia do Trabalho não será mais um no calendário dos trabalhadores. O dia 1º de maio de 2020 vai ser o dia em que a homenagem ao trabalhador carrega novos paradigmas. Exatamente no 121º dia do ano, o mundo enfrenta a maior crise dos últimos tempos. Uma pandemia global que obrigou todos a enfrentar uma ressignificação de suas vidas.
O mundo do trabalho foi um dos mais atingidos. O paradoxo entre continuar funcionando e ter que se isolar obrigou empresas, setor produtivo e trabalhadores a repensar antigos modelos e se reinventar em novos. A tecnologia e as soluções inovadoras vieram em socorro aos setores.
“Falamos de transformação no mundo da produção e no mundo do trabalho. Sem dúvida uma das missões desta crise é de que é possível fazer o trabalho remoto e que outras novas formas de trabalho vão acontecer”, avalia Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O novo profissional terá pela frente o desafio não apenas das soft skills, que são as habilidades emocionais, mas, atropelados pela crise da Covid-19, num mundo onde a conectividade e a tecnologia serão mais exigidas, as hard skills também terão de ser atributos do novo profissional.
A verdade é que nunca as mudanças aconteceram de forma tão veloz e radical na nossa história. A pandemia do novo coronavírus trouxe novos contornos ao mundo e particularmente ao do trabalho. Acelerou as grandes transformações que já vinham acontecendo com a incorporação de tecnologias e antecipou muitas outras que já se anunciavam, como a difusão do home office e a educação à distância, por exemplo.
Apesar de todas essas mudanças, a mais expressiva trouxe um novo olhar para a essencialidade na vida de cada pessoa. De repente, as atenções se voltaram à garantia da vida seja pelo viés do atendimento de saúde ou de atendimento às necessidades de subsistência. Profissionais da saúde, de segurança, garis, coveiros, caminhoneiros, operários das indústrias de medicamentos e produtos hospitalares, produção e distribuição de alimentos.
O mundo percebeu fortemente quem garante o dia a dia de todos com segurança. As mudanças de paradigma que estão ocorrendo por conta do coronavírus mostraram que o trabalhador que diariamente recolhe o lixo, transporta o alimento e está na linha de frente salvando vidas são essenciais na manutenção do sistema e da sociedade.
A percepção mudou. Quem se viu obrigado a ficar em casa, em trabalho remoto teve que aprender a conciliar o serviço da empresa com o trabalho no próprio lar e, durante o home office, cuidar do almoço e da limpeza, ou mesmo da educação dos filhos. É possível que a vida normal nunca mais volte ao patamar em que estava.
Mais do que nunca, algo dito antes da pandemia, vale para o trabalhador: “Criatividade e empatia serão as características mais importantes para o futuro do trabalho, já que dificilmente poderão ser substituídas por máquinas”, afirmou Gustavo Leal, Diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), durante debate sobre o futuro das profissões promovido pela ABDI em parceria com o Senai, nas redes sociais das duas entidades, em janeiro.
Apesar da transformação do trabalho ter o traço digital, está em evidência também a importância das habilidades humanas, como criatividade, empatia e inteligência emocional. E a mudança radical de contexto provou a confirmação dessa característica a partir das reinvenções surgidas no mundo do trabalho no cenário da pandemia e que vão mudar de forma irreversível o mercado no horizonte pós-covid.
A crise trouxe para esse primeiro de maio de 2020 muitas reflexões sobre o novo trabalhador pós-Covid-19, e uma certeza de que ressignificação e reinvenção são as palavras de ordem para o mundo do trabalho.
A ABDI está conectada com as transformações, as inovações e as soluções e saúda todos os trabalhadores, de profissionais de saúde, aos de logística, abastecimento, tecnologia e inovação. Nesse dia significativo o essencial se traduz numa única palavra: existir.