Oficina da ABDI discute regionalização do e-commerce no Brasil

Oficina da ABDI discute regionalização do e-commerce no Brasil

Evento reúne especialistas para identificar desafios e oportunidades nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Nesta terça-feira, 24, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), realizou uma oficina com o objetivo de identificar os principais desafios e as oportunidades para o crescimento do e-commerce nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. O encontro faz parte da estratégia do projeto E-commerce BR, que busca colocar em prática uma série de ações que contribuam para a regionalização do comércio eletrônico no país.

A oficina presencial teve como objetivo responder a uma questão crucial: como aumentar a adesão dos pequenos negócios ao comércio eletrônico, com garantia de desempenho financeiro atrativo, por meio de soluções e projetos inovadores que enfrentem os principais desafios encontrados pelos empresários.

Adryelle Pedrosa, gerente da Unidade de Transformação Digital (UTD) da ABDI, destacou a importância de regionalizar o e-commerce e apontou as disparidades entre as regiões como um ponto central para o debate. “A nossa expectativa é que, a partir das interações de hoje, possamos construir uma série de ações estruturadas entre a ABDI e o MDIC, para enfrentar os desafios que impedem o crescimento do e-commerce nas empresas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,” afirmou.

O encontro contou com a participação de diversas entidades representativas do setor, buscando soluções para dinamizar o comércio eletrônico no Brasil.

Observatório de Comércio Eletrônico

Em maio de 2023, o MDIC lançou o Observatório de Comércio Eletrônico, uma ferramenta pioneira que reúne dados sobre as vendas on-line com emissão de nota fiscal no Brasil, cobrindo o período entre 2016 e 2023. Durante esse intervalo, o comércio eletrônico movimentou R$ 824 bilhões, saindo de R$ 36 bilhões em 2016 para R$ 196 bilhões em 2023.

Esta é a primeira vez que números oficiais do setor estão disponíveis publicamente, já que anteriormente as informações eram fornecidas por bases privadas. O Observatório revelou uma disparidade significativa no comércio eletrônico entre as regiões, com o Sul e Sudeste concentrando a maior parte das transações.

Para enfrentar essa desigualdade, a ABDI e o MDIC realizaram oficinas on-line em agosto de 2024 com pequenos negócios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O objetivo foi entender os principais desafios enfrentados por empresários que já utilizam ou que nunca usaram canais de vendas on-line. Entre as dificuldades relatadas, destacaram-se questões como logística, formação de preços, frete, gestão de estoque e a alta concorrência.

Definição de estratégias

A oficina realizada em Brasília reuniu especialistas, operadores logísticos e entidades representativas de empresas de e-commerce e marketplaces. Utilizando metodologias como design thinking e abordagens ágeis, os participantes trabalharam na definição e priorização dos principais problemas que dificultam o crescimento do e-commerce nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Márcia de Fátima Lins e Silva, coordenadora-geral de Políticas para Comércio e Serviços Digitais do MDIC, reforçou a importância da participação de entidades que fazem parte do fórum MDIC de comércio e serviços, bem como a relevância do projeto para a competitividade do varejo. “O comércio eletrônico é um elemento chave na transformação digital das empresas e faz parte das missões da nova política industrial do Brasil”, declarou, enfatizando a importância da inclusão das regiões menos dinâmicas no mercado digital.

Próximos passos

Após a oficina, os resultados das discussões serão consolidados e os três principais desafios enfrentados pelas regiões serão identificados. Esses dados servirão de base para a construção de um edital de inovação, com critérios para a seleção de soluções inovadoras que abordem esses problemas.

Os critérios serão submetidos a audiência pública por um período de, no mínimo, 15 dias, garantindo que haja ampla participação no processo. O lançamento do edital está previsto para novembro de 2024, sendo um passo decisivo para promover a participação mais ativa dessas regiões no comércio eletrônico.