Pesquisa ABDI com setor produtivo mostra salto na maturidade digital desde 2021

Pesquisa ABDI com setor produtivo mostra salto na maturidade digital desde 2021

Aumento na digitalização, verificado em um ano e meio de pesquisa, indica maior interesse de adoção de tecnologias por empresas brasileiras

Terceira rodada da Pesquisa de Maturidade Nacional de Transformação Digital promovida pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) mostrou um resultado de crescimento de 11% na adoção de tecnologias digitais em relação à rodada anterior. A pesquisa é feita de seis em seis meses e terá ainda uma quarta fase, fechando um ciclo de dois anos.

Nesta rodada, incluímos perguntas sugeridas pelo Banco Mundial, como presença das empresas em alguma plataforma digital e o uso de análise de dados para a caracterização do público-alvo”, destacou o analista de produtividade e inovação da ABDI Michel Constantino.

O objetivo da pesquisa é chegar a um Índice de Maturidade Digital (IMD) para medir o nível de adequação digital das empresas do setor produtivo brasileiro e, assim, apoiar a tomada de decisões e a elaboração de projetos que favoreçam a transição digital. As dimensões de análise do IMD são cinco: processos; pessoas; gestão; modelo de negócios; vendas e fornecedores.

A pesquisa identificou aumento na adoção de iniciativas digitais nos modelos de negócio: de 39,6% para 42,8%. Também subiu de 13,4% para 43,9% a porcentagem de empresas que criaram novos produtos e serviços, nos últimos 12 meses. “Essa inovação foi um ponto chave da pesquisa”, comentou o Michel Constantino.

Outra mudança, apontada pela pesquisa, diz respeito à forma de pagamento mais adotada pelos estabelecimentos: o PIX representa 22% em 2022, seguido pelo cartão de crédito ou débito, com 20,3%, e pelo dinheiro, com 19%. Boletos ficam com 12% e pagamentos on-line via plataforma digital, com 7%.

A presença das empresas em alguma plataforma digital ficou em 88%, sendo que 70% usam as plataformas para anúncios, como Google e redes sociais. Porém, a maioria (51,8%) ainda não usa as plataformas digitais para análise de dados e caracterização do público-alvo.

De acordo com o levantamento, 10,5 % das empresas afirmaram ter como estratégia principal ser uma empresa digital em 2022 – um décimo percentual a mais do que no ano passado.

Na pergunta sobre prontidão para utilizar ferramentas digitais e participar do mercado digital, 75,9% das empresas responderam que estão prontas. Nesse caso, Constantino avalia que há um a percepção de overconfidence, ou seja, um excesso de confiança da parte das empresas sobre sua prontidão. “Se olharmos em detalhes, veremos que as empresas ainda não estão completamente prontas para o mercado digital”, comentou o analista.

Em relação ao uso de plataformas digitais para vendas ou pagamentos, o percentual passou de 74,8 para 79,2 em 2022. Já a contratação de profissionais de Tecnologia da Informação caiu do ano passado para cá, de 58,8% para 48,6%. Essa queda pode ser atribuída à pandemia de Covid-19, segundo análise dos técnicos.

Outro dado importante da pesquisa foi a queda no percentual de empresas que não elaboraram planejamento estratégico, eram 20,3% e caiu para 15,7%, resultado atribuído à mudança de visão dos empresários sobre se planejar.

A maioria das empresas afirmou que o foco está nas metas e resultados a curto prazo (37,4%). “Poucas empresas estão fazendo o planejamento de longo prazo, seja pela pandemia que pela conjuntura econômica¨, explicou Michel Constantino.

A 3ª rodada entrevistou, durante o 1º semestre de 2022, 2 mil executivos de empresas (matriz ou filiais) dos setores de comércio e serviços (78,1%), empresas da indústria (13%), construção civil (4,6%) e agronegócio (4,4%) – segundo maior faturamento e Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), sendo 70.3% de microempresas localizadas 54.9% delas no Sudeste.

As empresas foram classificadas em quatro níveis de maturidade: inicial; básico; intermediário; e aprimorado (líderes). A percepção da maioria dos empresários é de estar no nível intermediário de maturidade digital (53,85%) e 28,75% de serem emergentes/líderes.