O Conselho Deliberativo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) aprovou, nesta terça-feira (dia 12), a proposta do plano de ação da Agência e o orçamento-programa 2020, durante a 43ª reunião ordinária, ocorrida em Brasília, na sede da ABDI. O plano estabelece dois grandes eixos de atuação, a transformação digital do setor produtivo e o programa de adoção e difusão de inovação e novos modelos de negócios. O portfólio de projetos será definido junto ao planejamento estratégico para o período 2020-2023 até fevereiro do próximo ano.
O presidente do Conselho, Carlos Da Costa (secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade – Sepec – do Ministério da Economia) enfatizou a importância de a ABDI concentrar suas atividades em linhas de ação mais estruturadas e com maior potencial de impacto na economia. “O princípio da alavancagem das ações em articulação com parceiros é muito positivo. A ABDI passa a ser uma agência de pilotos escaláveis”, afirmou.
O novo plano da ABDI substitui um modelo de investimento em vários projetos de pequena escala para concentrar sua atuação em duas grandes linhas de ação. Os projetos serão estruturados com base nos eixos da transformação digital do setor produtivo e do programa de adoção e difusão de inovação e novos modelos de negócios. No primeiro eixo, o objetivo é induzir o setor produtivo a adotar processos de transformação dos modelos de negócio por meio da digitalização. O segundo eixo promoverá o uso de tecnologias inovadoras.
Segundo o presidente da ABDI, Igor Calvet, o trabalho da Agência deve ser construído em conjunto com o governo e o setor produtivo. Desde o início da nova gestão, Igor atua na construção de parcerias com setores público e privado, associações, sistema indústria, empresários e representantes da área de inovação, a fim de garantir maior escala aos projetos. “Será preciso alinhar os programas com o governo, parceiros e as instituições que integram este conselho, para potencializar, alavancar e dar capilaridade às ações”, disse, ao apresentar o plano de ação. “A grande tarefa da Agência é agir sobre a produtividade e a competitividade das empresas. Informação, capital humano e inovação são variáveis que incidem sobre isso”, afirmou, após apresentar um diagnóstico do país, com dados que mostram a perda de competitividade da indústria nos últimos anos.
O conselheiro Julio Semeghini, secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, ressaltou que o diálogo construído pelo presidente da ABDI é essencial para a efetividade dos programas. ”O alinhamento com o governo e com parceiros é importante para fazer avançar a agenda”, disse.
“A interface da ABDI com o governo e o setor produtivo é de importância espetacular, para fazer a sinergia e potencializar os projetos”, afirmou o diretor-presidente do SEBRAE, Carlos Melles, que tomou posse como conselheiro titular.
O conselheiro titular representante do BNDES, João Paulo Pieroni, disse que o foco da ABDI em duas grandes linhas de ação “é extremamente bem-vindo”. Segundo ele, alavancar os programas será um desafio importante, para o qual o BNDES pode atuar. Pieroni enfatizou ainda o potencial multiplicador das pequenas e médias empresas.
O alinhamento com o governo e com as instituições parceiras também foi exaltado pelo conselheiro titular representante da CNI, Gustavo Pinto de Oliveira, presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt). O conselheiro titular representante da ANPROTEC, José Carlos Aranha, presidente da associação, que promove empreendimentos inovadores, elogiou o plano de ação e acrescentou que o desafio do país também será o de conseguir “reter e fixar os talentos no país”. Já o conselheiro titular representante da CUT, Itamar Sanches, considerou como desafio a formação e requalificação dos trabalhadores na área de inovação.
Próximos passos
Aprovado o plano de ação, a ABDI trabalhará até fevereiro de 2020 na definição do planejamento estratégico 2020-2023 e no portfólio dos programas da Agência. A tarefa será feita em conjunto com o conselho deliberativo em reuniões virtuais. Na próxima reunião ordinária, a ser realizada em março, o trabalho passa por votação do conselho.
Durante a reunião, os conselheiros aprovaram a ata da 42ª reunião ordinária, e tomaram posse no colegiado: Gustavo Pinto de Oliveira (titular – CNI); Carlos Melles (titular – SEBRAE); Juliana Natrielli dos Santos (suplente – Sepec); João Paulo Pieroni (titular – BNDES); Antônio Eduardo Diogo (suplente – SEBRAE); e Aline de Medeiros Dantas (suplente – SEF/ME).
Sobre o Conselho
O Conselho Deliberativo da ABDI é formado por representantes do Poder Executivo Federal e de entidades privadas. Ao conselho compete aprovar a política de atuação institucional – de acordo com o contrato de gestão celebrado com o Poder Executivo – além de deliberar sobre o planejamento estratégico da Agência, planos de trabalho e relatórios de acompanhamento anuais. A aprovação do orçamento e das prestações anuais de contas da ABDI também são atribuições desse colegiado.
Fazem parte do Conselho Deliberativo da ABDI os Ministérios da Economia; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; do Desenvolvimento Regional, além do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Também participam a Confederação Nacional da Indústria (CNI); Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI); a Confederação Nacional do Comércio (CNC); o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE); a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil); a Central Única dos Trabalhadores (CUT); e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).