PANORAMA DA SEMANA
Após uma sequência de feriados, Brasília terá uma semana mais movimentada. Na Câmara, na terça-feira (06), será instalada a Comissão Especial que analisará o projeto de Imposto de Renda. O presidente da comissão será o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e o relator, Arthur Lira (PP-AL). Convocada pela Comissão de Agricultura da Câmara, na quarta-feira (07), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, presta esclarecimentos sobre o aumento do desmatamento, as multas aplicadas pelo Ibama, entre outros temas. No Senado, inicia-se a discussão sobre o Comitê Gestor, responsável pela regulamentação da Reforma Tributária.
Copom decide juros
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada para 14,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nesta terça (6) e quarta-feira (7). A cada 45 dias, o colegiado do BC se reúne, em Brasília, para definir os juros básicos da economia. A expectativa do mercado é que esta seja a última alta da Selic neste ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (5), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC sobre os principais indicadores econômicos. Saiba mais
Regulamentação de Data centers
Está na pauta da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal o PL 3018/2024, que “dispõe sobre a regulamentação dos data centers de inteligência artificial”. Antes da apresentação do parecer do senador Vanderlan Cardoso, será audiência pública para debater o projeto. O texto inicial define data center de IA como a estrutura, ou conjunto de estruturas, dedicada à acomodação centralizada, interconexão e operação de equipamentos de tecnologia da informação e redes de telecomunicações, capaz de fornecer serviços de armazenamento, processamento e transporte de dados, incluindo todas as instalações e infraestruturas de distribuição de energia e controle ambiental, além dos níveis necessários de recuperação e segurança para garantir a disponibilidade de aplicações de inteligência artificial.
Brasil precisa avançar na produção de vacinas, aponta audiência pública
Os debatedores do Projeto de Lei n° 4467, de 2021, que “dispõe sobre a destinação de recursos a programas, projetos e pesquisas de imunobiológicos, com vistas a fomentar a autonomia brasileira na produção de vacinas”, afirmaram que a pandemia de Covid-19 evidenciou a vulnerabilidade do Brasil diante da dependência de insumos importados. Instituições como a Fiocruz e o Instituto Butantan tiveram papel fundamental no combate à crise sanitária, mas a necessidade de fortalecer a pesquisa científica nacional tornou-se ainda mais evidente.
Para que o Brasil possa dominar novas plataformas tecnológicas de produção de vacinas, como a de mRNA — cuja aplicação se estende a diversos vírus —, é necessário direcionar investimentos para pesquisas científicas e tecnológicas. Também é fundamental diversificar o complexo industrial da saúde, com a construção de laboratórios modernos, capazes de enfrentar crises de saúde pública e prevenir o ressurgimento de doenças já erradicadas ou controladas. O PL nº 4467, de 2021, ganha ainda mais relevância diante do dado apresentado pela organização da sociedade civil Oxfam Brasil, que aponta que o País importa cerca de 90% da matéria-prima necessária para a fabricação de vacinas. O Brasil não pode depender de investimentos nesse setor apenas em momentos de crise. Saiba mais
Petrobras exporta mais petróleo para China
A Petrobras ampliou as exportações de petróleo bruto para países asiáticos no primeiro trimestre de 2025, conforme o relatório de produção e vendas divulgado pela estatal na noite de terça-feira (29/4). No período, a companhia exportou, em média, 551 mil barris por dia — uma queda de 15,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Desse total, 69% foram destinados à Ásia, com destaque para a China, que respondeu por 36% do volume.
No mesmo período do ano passado, a região asiática havia recebido 56% das exportações da Petrobras.
Segundo a estatal, nos três primeiros meses do ano houve uma redução da participação da Europa nas compras de petróleo, com o redirecionamento do volume para regiões economicamente mais atrativas, como Cingapura, Coreia do Sul e Índia. Saiba mais na reportagem do portal Eixos
Confiança mundial na transição energética cai em meio a tensões geopolíticas
Percentual de executivos que acreditam que transição está acelerando despenca de 72% em 2024 para 55% em 2025. Risco político é apontado por executivos do setor energético como principal barreira ao crescimento em 2025. Brasil aposta no Brics para blindar multilateralismo e destravar agendas de transição justa no Sul Global. Segundo reportagem do portal Eixos, há uma percepção de que a guerra comercial iniciada pelos EUA de Donald Trump aumentou as incertezas em relação à transição, embora ainda seja preciso aguardar o desenrolar das negociações em andamento.
O relatório baseia-se em nossa pesquisa anual com mais de 1.100 profissionais seniores e em um programa de entrevistas aprofundadas com líderes e especialistas do setor de energia. Ele foi desenvolvido e criado por equipes da DNV e da FT Longitude (uma empresa do Financial Times). A pesquisa para o relatório foi realizada durante fevereiro e março de 2025. Os entrevistados foram selecionados de todo o setor de energia, incluindo empresas de capital aberto e empresas de capital fechado, abrangendo energia elétrica, energias renováveis, petróleo e gás, especialistas do setor (por exemplo, em tecnologia, finanças ou políticas) e consumidores industriais de energia. Os entrevistados representam uma variedade de funções dentro do setor, desde executivos de nível de conselho até engenheiros seniores.
Minerais críticos: oportunidades e desafios para a indústria brasileira
Quando os preços de terras raras triplicam com restrições a exportações da China, importante salientar que o BNDES sediou recentemente conferência internacional “Cadeias de Valor de Minerais Estratégicos para Transição Energética e Descarbonização”.

O evento contou com a presença de Constantine Karayannopoulos, especialista na indústria de terras raras e minerais críticos. Segundo Constantine, as terras raras desempenham um papel fundamental em ambos os lados da equação Energia/Descarbonização (geração de energia e utilização de energia). A energia eólica é uma das principais formas de geração de energia renovável. Ímãs de terras raras são usados nos geradores que convertem energia cinética/rotacional da turbina em energia elétrica. Particularmente em turbinas eólicas offshore, os modelos mais novos e maiores têm de 2 a 5 toneladas de ímãs de terras raras embutidos no estator ao redor dos rotores da turbina. Isso melhora a eficiência da conversão de energia e minimiza a manutenção, que é um custo significativo para a energia eólica offshore. O especialista também discorreu sobre o potencial do Brasil nesse contexto e possíveis caminhos para que o país possa se consolidar como relevante ator nesse mercado. Leia aqui a íntegra da entrevista.
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Radar Legislativo da indústria é uma publicação da Assessoria Legislativa da ABDI. Visa divulgar a tramitação e a discussão de proposições e leis de interesse da agência, além de questões relativas à política de desenvolvimento industrial. Sugestões, artigos técnicos e críticas podem ser enviados para o e-mail: [email protected]