Rede Obras Digitais propõe transformação digital para construção pesada

Rede Obras Digitais propõe transformação digital para construção pesada

O projeto cearense faz parte do Edital Digital.br, da ABDI, e pretende impactar empresas de micro, pequeno e médio porte da indústria da con

Pouco se sabe a respeito do estado das máquinas que operam dentro das construções pesadas.  A falta de automação, pouca acurácia nos processos e a dificuldade na compilação dos dados coletados e na interpretação das informações geradas nas operações são alguns dos desafios enfrentados pelo setor.

Para solucionar o problema, o Rede Obras Digitais, projeto do Ceará contemplado pelo edital Digital.br, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), propôs a integração de dispositivos de sistemas embarcados às atividades operacionais da construção pesada. Ao medir e publicar os dados em um dashboard, o construtor vai acompanhar o gerenciamento da obra de forma mais eficiente e eficaz, além de entender as necessidades específicas daquela construção.

O recurso facilita a comunicação, agiliza a realização de atividades, contribui para a redução de custos e automatiza processos manuais, reduzindo grande parte dos problemas do processo produtivo do segmento. De acordo com Marcus Forte, gestor do projeto, a solução passa pela digitalização dos processos que fazem parte da construção civil e da construção pesada. Marcus atua no sistema Senai, que é a unidade operacional da Rede Obras Digitais.

 

“Fizemos uma pesquisa de mercado, juntamos parceiros estratégicos, cada um trouxe a sua expertise ao projeto. Teremos indicadores reais de produtividade, como, por exemplo, o fator de eficiência e os fatores de rendimento”, apontou. O sistema é capaz de tirar medidas de geolocalização, estado do basculante de um caminhão, por exemplo, a massa que ele está carregando, e, principalmente, o nível de combustível.

O setor da construção pesada atua em rodovias, túneis, aeroportos, portos, ferrovias, metrovias, barragens, usinas hidrelétricas, pontes e viadutos – bens que compõem a infraestrutura nacional. De acordo com o empresário da Beta Engenharia, Dinalvo Diniz, por se tratar de obras que advém de processos de licitação pública, o projeto traz uma quebra de paradigmas com informações e dados que são usados há bastante tempo sem poder ser contestados.

“Os preços já são definidos baseados em tabelas de custos e levantamentos de insumos feitos pelos órgãos que contratam, e os empresários ficam à mercê desse tipo de política e de prática. Com a modernização dos equipamentos, teremos elementos para contestar o que nos é colocado nas nossas contratações, acompanhar, verificar e otimizar todos os nossos processos”, disse.

Os dados permitirão a mensuração dos tempos de carga e descarga e de viagem, bem como o gasto de combustível, que está diretamente associado ao peso da carga, por exemplo. Ernesto Ferreira, parceiro do projeto pela Universidade Federal do Ceará explica que “esses dados e informações vão permitir aferir e melhorar os projetos, além de verificar o serviço executado”. Ele destacou ainda a importância da rede no projeto. “A parceria vai além do institucional. Na hora que um pede, acontece. Eu só tenho a elogiar todos os membros dessa junção dos nossos parceiros”, concluiu.

Digital.br

O programa Digital.br, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), selecionou oito projetos para a fase de implementação de piloto. O programa tem o objetivo de investir em projetos que promovam a transformação digital de micro, pequenas e médias empresas no Nordeste, com investimentos totais de R$ 14 milhões.

Os oito selecionados são: Digitaliza PMI, Petrolina Economia Digital e Pernambuco 4.0, de Pernambuco; RASTUM e Redes Obras Digitais, ambos do Ceará; Rede Sudoeste Inova, da Bahia; Transforma RN, do Rio Grande do Norte; e Construção Alagoas em Rede, de Alagoas. 

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