O gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT) da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Bruno Jorge Soares, participou no Senado Federal, nesta quarta-feira, 01/11, de uma audiência pública sobre os impactos da Inteligência Artificial (IA) nos setores da indústria e da agricultura, público, financeiro e judiciário. Promovido pela Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA) da Casa, o encontro foi uma das etapas de instrução para a elaboração de um projeto de lei que regulamente o uso desta tecnologia.
Para ilustrar o momento do setor produtivo e a importância da IA e de sua respectiva legislação, o gerente da ABDI destacou o dinamismo da indústria ao longo do tempo, marcado por gerações como a primeira e a segunda revolução industrial. “A indústria no mundo, hoje, corre no avanço de um binômio entre a tecnologia e a inovação. A IA é basicamente a linha de chegada de uma nova etapa dessa indústria”, explicou, acrescentando que a Indústria 4.0 é o ponto no qual a IA alcança sua plenitude.
“Mas essa corrida não é fácil para as indústrias”, continuou. “Também não é fácil para o governo, no sentido de que o processo de desindustrialização que a gente viveu e de transformação social e econômica do setor industrial colocaram essa questão da tecnologia como um fator preponderante para o sucesso e a sobrevivência da indústria”.
De acordo com ele, o uso da IA ainda acontece de forma isolada nas empresas no Brasil, especialmente no segmento de manufatura, tema com o qual a Agência mais trabalha. “Pelos nossos levantamentos, a gente tem um indicativo de que apenas 2% das indústrias brasileiras estão na 4ª geração da Indústria”, apontou, sem excluir avanços em áreas como saúde e agro e em partes do setor produtivo.
“A indústria no Brasil, no futuro, em 2030 e nos anos pela frente, vai depender da tecnologia para sobreviver. Basicamente, a tecnologia que vai mudar esse padrão é a Inteligência Artificial.”
Fomento e educação
Ao salientar o papel determinante da IA como elemento impulsionador do setor produtivo brasileiro e condição primordial para a recuperação do setor produtivo após anos de desindustrialização, Bruno Jorge dimensionou a importância de uma legislação atenta à realidade brasileira para o reerguimento e competitividade da indústria nacional.
“A gente está discutindo uma regulamentação que precisa de um braço de fomento muito importante”, disse, referindo-se também a incentivos à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A necessidade da difusão de conhecimento sobre a IA para alavancar a tecnologia também foi lembrada pelo gerente da ABDI como elemento essencial à nova legislação. “Precisamos de uma lei viva que fomente e que eduque a sociedade”, concluiu.