A possibilidade de retomada do programa de renovação da frota de veículos foi tema da reunião ocorrida nesta terça-feira, 23/04, entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o grupo Coalizão, formado por entidades do setor produtivo vinculadas a edições anteriores da iniciativa.
No encontro, o presidente da Agência, Ricardo Cappelli, e a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, manifestaram o apoio a medidas de descarbonização com renovação da frota. O programa apresentado pelo grupo é destinado a encerrar o ciclo de vida útil de ônibus e caminhões em consonância com a economia circular, promovendo a reciclagem e a reutilização de matérias-primas.
A exemplo de sua última edição, em meados de 2023, a iniciativa foi caracterizada pela oferta de crédito adequado para financiar veículos novos e seminovos. A reivindicação da Coalizão – representada, na reunião, por representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Nacional dos Fabricantes de ônibus (Fabus) e Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) –, é que o programa se torne perene, obtendo, assim, resultados continuados com a retirada de circulação de automotores com mais de 25 anos de uso, caracterizados pela maior emissão de poluentes.
“Estamos engajados neste setor, isso é importante para o país, é importante para a vida das pessoas, é importante para o meio ambiente e é importante para a indústria”, disse Cappelli. “Temos absoluta sintonia com todos os propósitos. O desafio nosso é o do Brasil: achar financiamento. E precisamos criar mecanismos vantajosos para os usuários realizarem a troca”, destacou.
Poluentes
Segundo o representante do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Renato Simenauer, cerca de 450.000 caminhões e ônibus sem nenhum controle de emissões circulavam no Brasil em 2023. “Nós teremos, com a renovação da frota, uma redução de emissões de 87% de monóxido de carbono, 95% de hidrocarboneto, 97% de óxido de nitrogênio e 98% de material particulado [conjunto de poluentes constituídos de partículas sólidas e líquidas que se mantêm suspensas no ar]”, enumerou.
O representante da Anfavea Vinicius Pereira, por sua vez, destacou outro benefício direto da renovação da frota: a diminuição de acidentes nas estradas. “O custo de acidentes em rodovias chega a R$ 5 bilhões”, disse.
Além de outros representantes da Sindipeças, também participaram da reunião o gerente da Unidade de Nova Economia e Indústria Verde da ABDI, Marcelo Gavião, a diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do Ministério da Indústria Comércio e Serviços (MDIC), Margarete Gandini, e o presidente da Fabus, Rubens Bisi.