Reunião debate disseminação do BIM no Brasil

Reunião debate disseminação do BIM no Brasil

Em encontro na ABDI, BIM Fórum Brasil solicita apoio da Agência em ações de capacitação na Modelagem da Informação da Construção

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, e a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da Agência, Perpétua Almeida, receberam nesta quinta-feira, 03/05, o presidente do BIM Fórum Brasil, Rodrigo Koerich. O encontro debateu o potencial de ampliação do uso da metodologia BIM (Modelagem da Informação da Construção ou Building Information Modeling) pelos profissionais envolvidos em atividades de construção civil no país e os caminhos para aperfeiçoamento dos treinamentos disponíveis.

Na ocasião, o presidente da entidade solicitou apoio da ABDI na estruturação de uma grade comum de capacitação da metodologia pelo País, com objetivo de padronizar e melhor articular os mecanismos de treinamento nas diferentes regiões.

Pediu, também, auxílio da Agência em ações de sensibilização do mercado brasileiro sobre as vantagens da metodologia BIM para a indústria da construção.

Plataforma BIMBR

Lançada pelo Governo Federal, a Plataforma BIMBR é administrada pela ABDI e hospeda a Biblioteca Nacional de Objetos BIM , que atualmente conta com mais de 398 mil downloads de objetos BIM realizados, cerca de 2600 objetos disponíveis e aproximadamente 27,5 mil usuários cadastrados.

Roadshows e Obras Públicas  

Em apoio às demandas do Fórum, Cappelli saudou a realização, pela entidade, de roadshows destinados a promover ecossistemas regionais, a exemplo dos já sediados em Florianópolis (SC), Recife (PE) e Porto Alegre (RS). Nesse sentido, propôs a qualificação dos encontros com maior envolvimento não apenas do meio acadêmico, mas também de gestores públicos. “Vamos fazer juntos, podemos ir aos estados, envolver os governadores, envolver as federações dos municípios”, sinalizou.

A proposta do presidente da ABDI de levar gestores públicos estaduais e municipais aos debates sobre BIM traça um paralelo com o Decreto 11.888, de 22 de janeiro deste ano, que retoma a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM no Brasil e que potencializa a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal. O uso da metodologia de modelagem da construção em obras públicas é igualmente incentivado na Nova Indústria Brasil (NIB).  

Como resultado das ações da ABDI alinhadas com as diretrizes da Estratégia BIM BR, o curso de capacitação da Agência, Democratizando BIM, atendeu mais de 12 mil alunos.

Pesquisas inéditas

Parceira da ABDI em diferentes ações, o BIM Fórum Brasil, que em 27 e 28 de maio promove o BIM Fórum Conference Brasil 2024, em São Paulo, é uma associação civil de âmbito nacional, neutra, sem fins lucrativos que reúne os diversos agentes da cadeia produtiva da construção envolvidos e interessados na disseminação do conceito e prática da Modelagem da Informação da Construção (BIM).

Em fevereiro deste ano, a entidade lançou dois e-books que trazem um compilado dos resultados de duas pesquisas inéditas no Brasil patrocinadas pela ABDI: “Digitalização na Arquitetura e Urbanismo” e “Digitalização nas Engenharias no Âmbito da Indústria da Construção”.            

O cenário da maturidade digital do setor da Arquitetura, Engenharia e Construção Civil (AEC), segundo a pesquisa, é desafiador: uma parcela pequena dos arquitetos e urbanistas brasileiros usa soluções e metodologias modernas para desenvolver projetos arquitetônicos e/ou de interiores.

Entre os engenheiros, apenas 25,5% conhecem aplicações concretas de tecnologias 4.0. Seguindo a tendência dos arquitetos e urbanistas, a predominância é de uso das soluções 2.0 (62,4%) e 3.0 (37,9%).

A metodologia BIM, apesar de conhecida por mais da metade dos entrevistados (56%), por sua vez, é utilizada por apenas 36% deles. Segundo o levantamento, a principal dificuldade enfrentada para adotar esse tipo de processo é o investimento alto na aquisição de softwares e hardwares. Por outro lado, 48% dos arquitetos e urbanistas ouvidos consideram a metodologia essencial e têm interesse em adotá-la nos próximos anos.