A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) prestigiou, nesta quinta-feira, 21, o seminário comemorativo dos 50 anos de cooperação entre o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O evento aconteceu no auditório Celso Furtado do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), em Brasília.
A abertura do evento contou com a participação da ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, da presidente do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, e do secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar Xirinachs.
Ao longo do dia foram realizados painéis temáticos sobre a formação do pensamento econômico no Brasil e na América Latina; oportunidades e desafios para o crescimento inclusivo e sustentável; desenvolvimento produtivo digital, democracia e coesão social; e envelhecimento populacional.
A diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, participou do painel ‘Oportunidades e desafios para o desenvolvimento produtivo digital e sustentável no século XXI’. Também participaram do debate, representando a secretaria de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércios e Serviços do MDIC, Luís Felipe Giesteira, o diretor de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial do CEPAL, Marco Llinás, e o representante da diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Luis Cláudio Kubota. O painel foi moderado pelo diretor-adjunto do Instituto, José Eduardo Brandão.
Segundo o diretor do Cepal, três linhas de ações são necessárias para o desenvolvimento digital na América Latina e no Caribe. São elas: aprofundar os esforços para avançar em direção ao uso efetivo das tecnologias digitais e da lA; fortalecer e aproveitar mais os espaços de cooperação regional, como a Agenda Digital eLAC; e combinar esforços em matéria de transformação digital com as políticas de desenvolvimento produtivo.
“A nossa região não pode se contentar em ser uma consumidora de tecnologias digitais, mas deve fortalecer sua oferta de empresas digitais próprias”, afirmou.
Kubota, por sua vez, destacou os pontos positivos e avanços já conquistados pelo Brasil. “Temos empresas baseadas em tecnologias que são dominantes no mercado brasileiro e latino-americano. Outro ponto positivo é que somos adotantes rápidos de tecnologias. Isso do ponto de vista da oferta. Agora, no ponto de vista da demanda das empresas, a única maneira de aumentarmos a produtividade em larga escala nos nossos países é aumentar a produtividade das nossas empresas kill (empresas que não se adaptam as inovações)”.
Em sua fala, a diretora da ABDI comentou as apresentações dos anfitriões e ressaltou os quatro principais eixos da parceria entre as instituições: “considero esses itens, o desenvolvimento social, a produção eficiente com sustentabilidade, o desenvolvimento regional e soberania, indispensáveis para essa parceria e para o momento que o Brasil, América Latina e Caribe vivem”. E acrescentou: “é muito importante que uma parceria como essa coloque a soberania como foco, e ela esteja ligada ao desenvolvimento e a sustentabilidade, ao crescimento, porque o povo também não permite democracia se ela não estiver alinhada a uma vida melhor para ele”.
Perpétua Almeida ressaltou ainda a conexão dos eixos com a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Transformação Ecológica, do Governo Federal. Também destacou projetos da ABDI que contribuem para o desenvolvimento produtivo e sustentável como o Destrava Brasil, o escritório de encomendas tecnológicas Hubtec e o Recircula Brasil.
“Quando a gente fala Plano de Transformação Ecológica, já vem à nossa mente que foi algum documento que foi soltado pelo Ministério do Meio Ambiente, e não foi. E, para mim, aí está a grande oportunidade do Brasil internamente perante o mundo. É o Ministério da Fazenda que se propõe a um processo de transformação dos meios de produção para o Brasil avançar. E essa é uma grande oportunidade para o país crescer”, finalizou.