O debate sobre desafios de formar e preparar profissionais no Brasil não pode prescindir do diálogo com o setor produtivo e com as empresas. A afirmação é da gerente da Unidade de Transformação Digital da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Adryelle Pedrosa, que participou, nesta segunda-feira (dia 13), do painel da webinar Educação 4.0 – A Evolução Necessária, promovida pelo Ministério da Educação, e transmitida pelo Youtube.
A ABDI tem como missão estimular a adoção de novas tecnologias e novos negócios e a transformação digital da economia. A participação da Agência na webinar deve-se à sua atuação voltada para a promover a maior interação entre o governo e o setor produtivo em prol da formação e capacitação dos trabalhadores brasileiros. “São as empresas que podem apresentar as competências profissionais que estão sendo demandadas pelo setor produtivo”, disse Adryelle, durante sua palestra.
A gerente da Unidade de Transformação Digital da ABDI destacou que as tecnologias digitais têm alterado completamente as relações de consumo e de trabalho e enfatizou a necessidade de o Brasil alinhar a oferta de mão de obra capacitada à demanda. “Há uma crescente demanda por profissionais que possam ocupar funções que requerem maior conhecimento de tecnologias. No Brasil, não conseguimos preencher todas essas vagas que estão disponíveis”, disse, citando pesquisa da OCDE que indica que economias menos produtivas apresentam menor equilíbrio entre oferta e demanda de competências no mercado de trabalho.
Segundo Adryelle, há quatro grandes blocos de competências que são mais demandadas hoje pelas empresas: 1) competências de base (conhecimento de matemática, português e linhas estrangeiras); 2) competências genéricas em TIC; 3) competências avançadas em TIC; e 4) competências complementares (as chamadas soft skills, como a capacidade de solucionar problemas, flexibilidade e boa comunicação). “Fomos treinados e formados para repetir padrões. Mas hoje precisamos de profissionais polivalentes e que tenham criatividade para sair do padrão”, afirmou.
Acesse aqui as informações de pesquisas e dados citados pela gerente da Unidade de Transformação Digital durante a palestra. A webinar foi acompanhada por um público de cerca de 670 pessoas. Também como palestrantes participaram Rúbia Porsch, diretora do Biopark Educação; e Ronaldo Mota, membro da Academia Brasileira de Educação, com a moderação de Rodrigo Zerbone, subsecretário de Capital Humano do Ministério da Economia.
Aprender com a crise do coronavírus
Ao longo da webinar, os palestrantes avaliaram a pandemia do coronavírus como um fenômeno que já está produzindo mudanças importantes em todos os setores da vida e da economia. “A forma como trabalhamos mudou e mudará completamente. A crise representa um efeito catalisador de mudanças com profundas consequências em todos os setores, para nós mesmos e, claro, para a educação”, disse Ronaldo Mota.
O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Ariosto Antunes Culau, que abriu a webinar, disse que a pandemia da covid-19 acelerou a necessidade de adaptação ao mundo cada vez mais digital. “Temos que aprender com a crise e incorporar as competências necessárias à demanda apresentada”, afirmou. O painel realizado nesta segunda foi a terceira sessão de debates, que termina na quarta-feira (dia 15).