Imagine calçar uma chuteira e, de onde você se encontra, poder jogar e interagir com outros jogadores de todo o todo o mundo numa partida em tempo real. Ou, ser operada no Brasil por um médico na Índia. O impacto da tecnologia 5G deverá alterar rapidamente hábitos, mas, principalmente, os processos de produção e os modelos de negócios.
“Se a tecnologia 4G permitiu conectar pessoas, o que já estamos vendo é que o 5G permite uma conexão mais ampla com as coisas que nos rodeiam. Já estamos vivendo numa sociedade cujo volume de dados vem crescendo exponencialmente, e esse tráfego vai aumentar com o 5G”, afirmou Igor Calvet, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), durante o Painel Telebrasil 2020. Igor participou do debate sobre os impactos da tecnologia 5G na sociedade, ao lado de Pietro Labriola, Presidente da TIM Brasil; Luiz Tonisi, CEO da Nokia do Brasil; Pablo Fava, CEO da Siemens do Brasil; e Tom Stroup, Presidente da Satellite Industry Association.
Uma plataforma que permite que máquinas se conectem assim é o 5G na opinião de Luiz Tonisi, da Nokia do Brasil. Ele explicou que o 5G possui uma latência menor e multiplica em bilhões as conexões, tendo a internet das coisas (IoT) como vetor. “O grande benefício é o aumento de produtividade e competitividade para toda cadeia produtiva, desenvolvimento do capital humano e novas profissões, assim como novas ferramentas como machine learning e Inteligência artificial. O 5G vai reinventar a mídia digital de 2D para 3D”, avalia.
Para tal, é preciso que haja cooperação intra-setorial e intersetorial, analisou Pietro Labriola, da TIM Brasil. “Nós, como indústria, temos um papel importante no Brasil que é unir os setores, a ferramentas da indústria 4.0 com saúde, por exemplo” disse. Ele destacou a necessidade de infraestrutura com uma quantidade maior de antenas para atender à conectividade de bilhões de SIMs “Temos que ter clareza que é importante colocar a rede em pé para habilitar os modelos de negócios”, disse.
Tom Stroup, da Satellite Industry Association, evidenciou a importância dos satélites no processo de conectividade. “Os satélites permitem prover o serviço 5G não só para smartcities, mas para aviões, veículos, cruzeiros, e em locais remotos onde seria difícil acessar essa conectividade, como em oceanos ou no ar”, exemplificou.
O debate demonstrou que as novas possibilidades num cenário de maior conectividade trazem mudanças profundas tanto na economia como na sociedade de um modo geral, seja no dia a dia, ao utilizar um carro conectado, por exemplo; seja no varejo com a ampliação de possibilidades de compras experienciadas; seja no lazer. “O 5G amplia as possibilidades do consumidor. A pessoa que corre na rua, com um chip no tênis, pode se conectar com várias pessoas e participar de uma corrida virtual por exemplo”, relata Flávia Bittencourt, da adidas do Brasil.