Um supercomputador pra chamar de meu

Um supercomputador pra chamar de meu

Edital de Inovação do SENAI, em parceria com a ABDI e a Embrapii, seleciona solução que disponibiliza supercomputador para pesquisadores de

Uma plataforma aberta e que dá acesso a um supercomputador.  A proposta voltada para quem tem projetos e soluções de combate à Covid-19 em todo o país foi uma das selecionadas pelo Edital de Inovação do SENAI em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).  O projeto utiliza inteligência artificial no combate à doença e funciona a partir do Centro de Supercomputação do SENAI Cimatec, na Bahia.

“O supercomputador é uma máquina de altíssima capacidade de processamento, o equivalente a 50 mil laptops integrados para resolver um problema único, e ele tem grande capacidade de resolver problemas complexos que demandam muita memória”, explicou Adhvan Novais, do SENAI Cimatec.

Ele explicou que a disponibilização do supercomputador é aberta para pesquisadores de todo o Brasil que tem soluções de combate à pandemia. Para ter acesso a toda a infraestrutura do supercomputador basta cadastrar o projeto na plataforma . O projeto inscrito é avaliado por uma comissão interna para verificar se possui aderência à Covid-19, “tendo uma boa avaliação, o pesquisador terá acesso a essa infraestrutura”, disse.

Adhvan explicou que o supercomputador pode ser utilizado de várias formas e em muitas demandas. “Às vezes, pesquisadores do Brasil precisam de muito poder computacional, e não têm, e os projetos acabam sendo limitados”, pontuou. De acordo com ele, pode-se trabalhar, por exemplo, com modelos complexos para detectar se um medicamento é eficiente ou não para determinado formato do vírus, quando se quer analisar a parte genômica, fazendo análise sobre todas as combinações genômicas. Isso demanda muito poder computacional”, afirmou. Atualmente, existem cinco pesquisas em andamento, utilizando o supercomputador.

Inteligência Artificial

A disponibilização da infraestrutura computacional é apenas uma parte do projeto selecionado pelo Edital de Inovação. A solução prevê ainda duas grandes ações em frentes de trabalhos diferentes para ajudar o combate à Covid-19, utilizando inteligência artificial.  

A primeira ação é de desenvolvimento de uma ferramenta de suporte ao diagnóstico, usando imagens médicas de raio X e de tomografia, para identificar o potencial de lesões que se caracterizem como da Covid-19. “Esse projeto está em desenvolvimento no momento, com o uso de dados de imagens públicos de padrões normais e anormais que tenham lesões causadas pela Covid-19”, esclareceu Erick Giovani Sperandio Nascimento, coordenador do projeto.

Segundo ele, a IA será capaz de avaliar as imagens e dar o percentual de chance de o paciente estar ou não com suspeita de Covid-19. “Isso pode ser muito útil em locais com escassez de recurso, falta de profissionais de saúde, e volume grande de pacientes atendidos, locais onde não há testagem em massa”, disse.

A outra solução dentro do projeto prevê a utilização de IA para dar suporte a instituições, governos e entes governamentais na avaliação de cenários que permitam identificar quais ações de contingenciamento são mais efetivas para diminuir a curva de contágio; e, ao mesmo tempo, avaliar o impacto dessas medidas sobre a economia. 

“O projeto faz a previsão da curva de contágio, considerando casos confirmados e mortes  utilizando o histórico do passado recente  da curva, as medidas de mitigação adotadas e informações de mobilidade urbana, a fim de prever a curva de contágio, o pico previsto, o ponto de inflexão da curva de subida e descida e também o impacto que essa situação causa”, explicou. 

A solução completa, contendo a utilização do supercomputador e as duas outras frentes, selecionada pelo Edital de Inovação do SENAI em parceria com a ABDI e Embrapii, é uma parceria entre o SENAI Cimatec e a Repsol Sinopec Brasil. “Somos parceiros em vários outros projetos e, com essa inciativa, nos juntamos para viabilizar capacidades computacionais a fim de acelerar estudos com relação ao problema da Covid-19”, concluiu Leo Soares, R&D GGRE Manager da empresa.