Uso de tecnologias inovadoras não faz parte da agenda estratégica das empresas

Uso de tecnologias inovadoras não faz parte da agenda estratégica das empresas

Pesquisa encomendada pela ABDI mostra que soluções como Inteligência Artificial e Big Data ocupam espaço menor na ordem de importância dos p

A Pesquisa ABDI Conectividade e Indústria, realizada com 401 empresas de médio e grande porte brasileiras, revelou que tecnologias inovadoras, como Inteligência Artificial e Big Data, não são prioridades na agenda estratégica do setor industrial do país, mesmo em um cenário em que a digitalização ganha cada vez mais relevância na economia.

Confira aqui a pesquisa

“A indústria utiliza as TICs, sobretudo, como estratégia de gestão e, possivelmente, de redução de custos. Não há ainda a mentalidade para a utilização das TICs para a geração de negócios inovadores”, avalia o presidente da ABDI. Segundo Calvet, a adoção de tecnologias abre para a indústria uma ampla gama de oportunidades de negócios. “Temos várias frentes para percorrer rumo ao estímulo da adoção das tecnologias. É preciso sensibilizar as empresas para isso”, disse.

A ABDI atua em projetos pilotos de transformação digital e de modelagem de novos negócios, cujos resultados contribuem para mostrar às empresas o retorno dos investimentos em inovação e do uso de tecnologias.

Seguem abaixo os principais destaques da pesquisa:

•    As 3 estratégias de TI mais importantes para o futuro dos negócios, na visão dos respondentes, são software de gestão da produção, cybersegurança e ferramentas de produtividade (com ferramentas de BI no mesmo patamar, mas numericamente em quarto lugar em ordem de importância). Soluções de big data, Inteligência Artificial e Computação em Nuvem não aparecem entre as prioridades.

•    94% das empresas brasileiras têm área própria e/ou terceirizam atividades de TI.

•    Há um descompasso entre a importância dada às novas tecnologias e ao nível de utilização das tecnologias pelas empresas.

•    73% das empresas não possuem projetos de Internet das Coisas. Dentro desse público, a maior parte (44%) diz não ver necessidade do uso da tecnologia para o negócio.

•    Por outro lado, quase todas as empresas que adotaram um projeto de IoT dizem estar satisfeitas com os resultados: 40% acima do esperado e 50% dentro do esperado.

•    70% dos participantes consideram o orçamento da empresa para projetos de Tecnologia da Informação muito (42%) ou um pouco adequado (28%).

•    6 em cada 10 empresas pretendem ampliar o orçamento de TI nos próximos dois anos. Quem planeja aumento prevê até 35% de incremento nos orçamentos de TI.

•    Só 26% das empresas planejam redução. Em média, essa redução deve ser de 50%.

•    No entanto, 40% dos participantes declararam não ter verba definida para projetos de Tecnologia de Informação; e 49% responderam que as empresas onde atuam possuem anualmente até R$ 1 milhão para implementar projetos de TI.

•    58% dos respondentes consideram que o ecossistema de empresas de tecnologia da informação no Brasil está preparado para oferecer serviços específicos de TI para a realidade das indústrias no país.

•    Embora a maioria (63%) diga que a sua empresa está mais adiantada (7%) ou acompanhando o ritmo (56%) da indústria brasileira em geral, 2/3 dos entrevistados consideram que a indústria brasileira está atrasada em relação à indústria mundial.

•    As ferramentas mais comuns de TI, presentes em pelo menos 70% das companhias, são para reuniões virtuais, nuvem, cybersegurança, softwares de gestão da produção e novas ferramentas para o trabalho remoto.

•    As menos presentes são soluções de big data (19%), impressoras 3D (11%) e IA (10%).

•    O maior obstáculo para implementação de projetos de TI e conectividade é o alto custo (já enfrentado por 78% das empresas). Em segundo lugar vem a falta de mão de obra capacitada (69%).

•    57% das empresas dizem ter funcionários mal preparados para lidar com as necessidades de conectividade na indústria.

•    Realizada pela FSB Pesquisa, em todo o Brasil, o levantamento revela a percepção de gestores ou responsáveis técnicos das áreas de tecnologia num universo de 401 grandes e médias empresas industriais em uma amostra proporcional e representativa das empresas, de acordo com os dados da RAIS 2020. A margem de erro do estudo é de 4pp, com intervalo de confiança de 95%.