A implantação da rede 5G no Brasil deve agregar ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional recursos da ordem de US$ 1,3 trilhão em todas as verticais da economia, dentro dos próximos 15 anos. A afirmação foi feita pelo diretor de Soluções da Nokia para a América Latina, Wilson Cardoso, durante mais uma edição do evento on-line Correio Talks, promovido pelo Correio Braziliense, nesta quarta-feira (dia 9/12), que debateu os desafios, cenários e oportunidades que o Brasil terá com a chegada do 5G.
As estimativas explanadas pelo diretor da Nokia mostram, em números, os ganhos de produtividade que a implantação da rede 5G pode trazer para o setor produtivo brasileiro. Segundo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, “o 5G é a tecnologia chamada de habilitadora, porque permite, por meio de suas características, saltos enormes de produtividade e eficiência”. Calvet também participou do evento como palestrante. “Afirmo que a melhor política industrial que existe hoje é viabilizar a implantação do 5G para o setor produtivo”, disse.
Moderado pelo editor executivo do Correio Braziliense, Vicente Nunes, o Correio Talks também contou com a participação do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler de Morais. “O 5G irá remodelar a sodade e o setor cieprodutivo. Não se trata apenas de aumento de velocidade, mas de uma tecnologia que vai trazer uma nova era em termos de solução e de ganhos de produtividade”, disse o presidente da Anatel.
Segundo Igor Calvet, o Brasil está diante dos desafios de fazer a melhor regulação possível e de construir, para a implementação do 5G, a infraestrutura tecnológica capaz de dar suporte aos avanços que a nova rede vai trazer. “O 5G vai deslanchar uma série de inovações e de empresas de base tecnológica, capazes de oferecer soluções e serviços inovadores”, afirmou.
Acordo ABDI-Anatel e as redes privativas
A ABDI e Anatel firmaram, no dia 12 de novembro, acordo para a realização de testes do uso empresarial de redes privativas de tecnologia 5G. O objetivo é verificar o desempenho das redes em diferentes faixas de frequência, para que as empresas possam operar a tecnologia 5G, de forma privativa, em suas áreas de produção.
“O uso de redes privativas pelas empresas é uma tendência mundial que pode garantir ao setor produtivo ganhos expressivos de eficiência e produtividade”, afirmou Igor Calvet.
Segundo o presidente da Anatel, o acordo com a ABDI “decorre do reconhecimento da importância das redes privativas”. Além disso, ele explicitou que a parceria com a ABDI também representa um exemplo da importância da formação de parcerias. “Temos o desafio de trazer mais valor aos serviços na área de telecomunicações, como o aumento da conectividade. Para isso, é preciso apostar em parcerias”, afirmou.
Qualificação profissional
Durante o evento, os participantes também enfatizaram a necessidade de formação de profissionais para lidar com essa nova era da economia e da tecnologia. O diretor da Nokia afirmou que a empresa organizou polos de formação profissional e pretende formar 60 mil pessoas nos próximos dois anos, em áreas como inteligência artificial, programação e software.
O presidente da ABDI também ressaltou a necessidade da formação e qualificação profissional. “A questão do capital humano é urgente e muito importante. O Brasil deve conseguir extrair ao máximo o que essa tecnologia pode nos oferecer. E vamos precisar de pessoal qualificado para essa tarefa”, disse.
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